No Brasil, existem mais de 6,5
milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 582 mil cegas e 6 milhões com
baixa visão, segundo dados do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE). É com a preocupação de evitar que essa situação piore que
se comemora nesta quinta (11) no país o Dia Mundial da Visão, principal ação do
Programa Visão 2020: O Direito à Visão, iniciativa conjunta da Organização
Mundial da Saúde (OMS) e da Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira
(IAPB). A data é sempre na segunda
quinta-feira de outubro.
O objetivo do programa é eliminar
a cegueira evitável em todo o mundo até o ano 2020. Isso porque até 80% dos
casos de cegueira resultam de causas previsíveis e/ou tratáveis, mas a cada
cinco segundos uma pessoa fica cega no mundo e uma criança perde a visão a cada
minuto. São 285 milhões de pessoas no mundo vivendo com baixa visão ou
cegueira. Desses, 39 milhões são cegas e 246 milhões têm moderada ou grave
deficiência visual.
De acordo com o presidente do
Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), Marco Antônio Rey Faria, campanhas
como a do Dia Mundial da Visão são importantes para conscientizar a população
sobre a necessidade de acompanhamento médico especializado, para evitar que os
problemas dos olhos se agravem e acabem resultando em cegueira, que poderia ser
evitada em cerca de 80% dos casos.
Segundo o médico, muitas doenças
relacionadas à visão não apresentam sintomas e, quando descobertas, já estão em
estágio bastante avançado e de difícil regressão. “É o caso do glaucoma, a
maior causa de cegueira no mundo, sendo que, no Brasil, mais de 1 milhão de
pessoas são portadoras da doença”, informa Rey Faria.
O glaucoma se caracteriza pelo
aumento da pressão intraocultar – explica o presidente do CBO – que leva a uma
atrofia progressiva do nervo ótico, se não controlada, e compromete o campo de
visão do paciente. “Na fase final, é como se ele estivesse olhando apenas por
um buraco de fechadura”, explica o médico.
Apesar da gravidade, hoje o
glaucoma pode ser tratado com sucesso, tanto com drogas como por meio de laser
e cirurgias até de implante de válvulas na região afetada. O mesmo ocorre com
outras doenças oculares, segundo o médico, pois “a medicina está muito evoluída
e, com as técnicas atuais, a imensa maioria das doenças oftalmológicas é
facilmente tratada quando descoberta prematuramente”.
Agência Brasil
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