quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Câncer: tratamento em 60 dias


Do Diário de Pernambuco

O Sistema Único de Saúde (SUS) terá de oferecer tratamento para pacientes com câncer em, no máximo, 60 dias ou em prazos menores conforme a necessidade terapêutica. Assim determina a Lei 12.732, sancionada pela presidente Dilma Rousseff e publicada no Diário Oficial da União. O período será contado a partir do diagnóstico e inclui assistência por meio de cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. A legislação só entrará em vigor em 180 dias.

De acordo com a publicação, os casos mais graves, em que os pacientes são acometidos por manifestações dolorosas, serão tratados com prioridade, principalmente, quanto ao acesso a medicamentos derivados do ópio, como a morfina. A proposta inicial foi feita pelo ex-senador Osmar Dias em 1997, abrangendo apenas o tratamento com analgésicos. O substitutivo, abordando as mudanças, foi aprovado no fim de outubro no Senado. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima-se que 520 mil novos casos da doença tenham sido registrados no Brasil em 2012. Ainda de acordo com o órgão, o câncer de pele, próstata, mama e pulmão são os mais incidentes no país.


A médica mastologista e presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), Maira Caleffi, destaca que os pacientes hoje esperam uma média de 180 dias para começar o tratamento no SUS. “Esse pode ser um dos fatores que explicam os constantes aumentos das curvas de morte em decorrência do câncer”, acredita.

Embora a proposta inicial da Femama fosse o prazo de 30 dias para o início do tratamento, a médica considera a medida um avanço. “Existe uma urgência para tratar o câncer, especialmente o de mama, em que o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura.” Maira salienta que a rede pública de saúde deverá se adaptar para atender à demanda de pacientes no período determinado. “Falta um sistema de triagem por gravidade de caso no SUS. Além disso, é preciso capacitar mais médicos para oferecer o atendimento adequado. Faltam radioterapeutas e físicos nucleares, responsáveis pela radioterapia, por exemplo.”

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