Os gastos do setor de saúde
suplementar no país devem aumentar 35% em 2030, na comparação com 2010, e passar
de R$ 59 bilhões para R$ 80 bilhões. O motivo da alta é o crescimento do número
de beneficiários de planos de saúde, em especial os idosos.
A estimativa faz
parte de um estudo feito pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (Iess),
apresentado hoje (27) durante o seminário internacional “Projeções do custo do
envelhecimento no Brasil”, na capital paulista.
As estimativas foram projetadas
com base em dois cenários considerando o “efeito demográfico puro” (sem aplicar
indicador inflacionário) e levando em conta que os idosos têm mais consultas do
que bebês de até quatro anos e que o número de internações da população entre
60 e 69 anos é o dobro daquela com idade entre 40 e 49 ano.
No primeiro resultado, ao
considerar a utilização de uma amostra de operadoras de planos individuais e a
projetando para o conjunto de todo o mercado, concluiu-se que as despesas
atingiriam R$ 83,1 bilhões em 2030 e, em 2050, saltariam para R$ 104,7 bilhões.
No segundo cenário, o Iess considerou uma amostragem de operadoras de
autogestão. A estimativa atingiu patamares ainda mais elevados e foi de R$ 87,6
bilhões em 2030 para R$ 117,5 bilhões, em 2050.
De acordo com o superintendente
executivo do Iess, Luiz Augusto Carneiro, o envelhecimento da população não é
ruim para o mercado da saúde suplementar, desde que haja equilíbrio financeiro
entre os gastos e as receitas das operadoras. “Enxergamos uma grande
oportunidade, mas que pode se tornar um risco. O problema não está em
envelhecer, mas em não haver equilíbrio entre o valor cobrado e as despesas da
área”, disse.
Segundo dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tinha em 2010 190,8
milhões de habitantes dos quais 11% com idade a partir de 60 anos. Para 2030, a
estimativa do IBGE é que os idosos somem19% da população de 216,4 milhões. O
estudo do IESS, portanto, analisa o momento posterior ao chamado “bônus
demográfico”, período em que a parcela da população em idade ativa é maior do
que a da população dependente.
De acordo com os dados do
instituto, a previsão é que o bônus demográfico termine entre 2020 e 2025, como
resultado do crescimento mais acelerado da população idosa. O total de
beneficiários de planos de saúde poderá crescer de 44 milhões de pessoas, em 2010,
para 51 milhões, em 2030, se a atual “taxa de cobertura” (participação de
beneficiários no total da população), que gira em torno de 20%, for mantida.
Agência Brasil
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