segunda-feira, 15 de abril de 2013

Blog do Magno Martins: Coluna da segunda-feira


Atolados em dívidas

A revista ISTOÉ traz uma reportagem mostrando as concessões que a presidente Dilma vem fazendo com os Estados para garantir a reeleição. Revela que o Congresso deve aprovar, até maio, a Medida Provisória 589, que reduzirá em 50% os juros que os Estados pagam pelas dívidas e ainda propõe o abatimento de até 100% dos encargos legais dos débitos.

Adianta que com o abatimento e as novas regras de “reparcelamento”, os gestores poderão ganhar uma certidão negativa de bons pagadores e se endividar ainda mais, numa concessão economicamente muito perigosa.

Revela, ainda, Estados que estão com suas contas em vermelho, entre eles Pernambuco, serão privilegiados na liberação de recursos de convênios. Só  no último mês, segundo ainda a publicação, o Estado recebeu R$ 822,7 milhões, terceiro maior repasse entre os endividados, abaixo apenas de São Paulo e Minas.

O que surpreende é uma revelação da revista e que a equipe do governador Eduardo Campos ainda não se pronunciou para rebater: Pernambuco tem, segundo a reportagem, o maior déficit do País.

A MP de Dilma, para agradar Estados governados por aliados ou com os quais tenha interesse em esvaziar o discurso, como o de Eduardo, candidato ao Planalto, o Governo vai irrigar as contas públicas com financiamentos para obras que mascaram administrações afundadas em dívidas.

Apesar de fechar no vermelho, esses Estados não rejeitam a oferta do Governo Federal, esquecem a responsabilidade fiscal e tomam como prioridade transformar seus Estados em canteiros de obras para ter o que mostrar à população em ano eleitoral com Dilma candidata à reeleição. Além de Pernambuco, estariam endividados até o pescoço Rio de Janeiro, Paraíba, Acre, Sergipe, Roraima e Amapá.

BOCA ADOÇADA– O pacote de permissividade da presidente não para na MP 589. O Governo vai acelerar também a execução das emendas parlamentares, convênios e recursos dos Ministérios em 2013. Com isso, Dilma adoça a boca de deputados e senadores insatisfeitos com o tratamento dado pelo Planalto. Pelo visto, a faxina ética do primeiro ano de mandato da presidente foi, definitivamente, para debaixo do tapete.

Professor da seca

A caravana do PMDB ao Sertão gerou até chacota na internet. 
Em Salgueiro, o blogueiro Wilson Monteiro traduziu assim o sentimento da população atingida pela estiagem ao ver a cara do senador Jarbas Vasconcelos de volta à região: “Depois de três anos de seca, Jarbas aparece para ensinar como conviver com o semiárido. É brincadeira!”

Raio X de Eduardo - A ISTOÉ também noticia que caberá ao PMDB, que tem PHD no assunto, fazer um levantamento dos cargos que o PSB do governador Eduardo Campos ocupa no Governo Federal. O engraçado é que não se trata apenas da era Dilma, mas desde a chegada do ex-presidente Lula no Palácio do Planalto em 2003. A missão caberia ao PT, mas o PMDB topou.

Patinho feio - De olho no Palácio das Princesas, o prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio, tem o aval do PMDB nacional, mas o comando estadual da legenda ignora seu projeto. Tanto que não abriu para ele nenhum segundo do bombardeio de comerciais em rede estadual de rádio e televisão que foram ao ar nos últimos dias. Lóssio teve direito apenas aos espaços na TV Grande Rio.

Na oposição

O deputado Sérgio Leite nega que tenha interesse ou defendido o alinhamento do PT ao Governo de Júnior Matuto (PSB) em Paulista. Garante que a orientação é de oposição à bancada petista na Câmara. 
E acrescenta que acompanha atentamente o processo que o prefeito responde na justiça por uso da máquina e do poder econômico na campanha.

CURTAS

BOMBA DO DIA – As atenções da cena política nacional se voltam, hoje, para a passagem do ex-ministro José Dirceu por Pernambuco. Cumpre agenda num seminário do PT no Recife e depois vai a Caruaru. O ex-capitão de Lula vai reafirmar o que disse sobre o ministro Fux em entrevista à Folha de São Paulo?

EM 2018– Na palestra que proferiu em Petrolina, sábado passado, num seminário sobre Previdência, o jornalista Sidney Rezende, da Globo News, disse não acreditar nas chances do governador Eduardo Campos na disputa presidencial em 2014. “Tenho impressão que ele adia o projeto para 2018”, afirmou.

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