Do G1
PE
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A reportagem do NETV 1ª Edição encontrou,
nesta quarta-feira (10), equipamentos médicos em caixas lacradas nos corredores
do Hospital das Clinicas (HC), na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife. O
HC tem recebido muitas críticas de pacientes, como elevadores quebrados e
demora para conseguir marcar consultas médicas.
Enquanto isso, equipamentos médicos que
custam uma caro estão em caixas à espera de uma utilidade, como o PET-CT,
aparelho que realiza tomografia computadorizada por emissão de pósitrons. A
máquina, das mais avançadas para o tratamento de câncer, nunca funcionou na unidade
de saúde. Outro aparelho de ressonância magnética está lacrado e contém um
aviso dos técnicos de que precisa ser instalado rapidamente.
Outro problema que atinge diretamente os
pacientes do HC são os elevadores quebrados. Eles são obrigados a subir
escadas, mesmo com enfermidades físicas, como o vigilante Iraquitan Ferreira,
que sofreu uma fratura grave na perna em um acidente de carro e não pode fazer
esforço físico. “Subi até o quinto andar de escada e desci porque os elevadores
não funcionam”, disse.
Mas o alvo principal das reclamações continua
sendo a demora na marcação de consultas do hospital. Muitos pacientes precisam
dormir no HC para conseguir uma ficha de atendimento. Mesmo com uma quantidade
maior de funcionários trabalhando, a fila para marcar consultas ainda é grande.
Algumas cabines de marcação continuam vazias.
“Hoje eu perdi meu dia de trabalho. Cheguei
20h das da noite de ontem [terça-feira] para marcar uma ficha para um
ortopedista. Não consegui. Quando chego no balcão, a atendente disse que já
tinha encerrado [a marcação de consulta] e não tem previsão para marcar”, disse
o pedreiro Fernando Nogueira.
Dona Antônia Cristina da Silva saiu da Zona
Rural do município de Goiana ainda de madrugada. Ela descobriu que o médico de
que ela precisava é muito difícil de conseguir uma ficha. “Só marcou uma
pessoa. Tanta gente precisando e só há uma marcação. É um absurdo”, afirmou.
Respostas
A assessoria da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE), que responde pela comunicação do HC, até publicação desta
reportagem não havia respondido sobre o prazo de início de funcionamento dos
equipamentos encontrados no corredor do hospital. O diretor administrativo do
Hospital da Clínicas, Lamartine da Silva, já havia dito, em entrevista gravada,
que técnicos estavam trabalhando para consertar os elevadores. Lamartine da
Silva falou também que iria marcar uma reunião com a Secretaria de Saúde do
estado para que as unidades de saúde estaduais ajudassem a fazer a marcação de
paciente encaminhado ao HC.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde fez
questão de reforçar que o Hospital das Clínicas não faz parte da rede
administrada pelo governo estadual. Ainda de acordo com a nota, o governo
federal lançou o programa nacional de reestruturação dos hospitais universitários
desde de 2010, que prevê a liberação de verbas para a recuperação da unidades,
e que o HC aderiu imediatamente a esse programa.
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