Jobson Figueiredo reuniu 25 mil peças relacionadas ao Zeppelin, em 20 anos
Hélia Scheppa/JC Imagem
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Há 18 anos o escultor Jobson
Figueiredo pesquisa a história do Zeppelin, balão dirigível que por sete anos,
de 1930 a 1937, realizou viagens entre a Alemanha e o Recife.
Em quase duas
décadas, reuniu 25 mil peças relacionadas à aeronave. Parte da coleção vai
compor o Museu da Segunda Guerra Mundial do Parque do Jiquiá, Zona Oeste da
cidade, onde se encontra a única torre de atracação de Zeppelin ainda existente
no mundo.
O acervo contém selos, postais,
cartas, revistas, livros, fotografias, cartazes, capacete, medalhas, filmes,
CDs e DVDs, entre outros itens, que o artista comprou em viagens nacionais e
internacionais. “São peças fabricadas ou que circularam da Primeira (1914-1918)
à Segunda Guerra Mundial (1939-1945), incluindo raridades, com toda a história
do Zeppelin, veículo usado no transporte de passageiros, de carga e de
correspondências”, afirma Jobson.
Numa edição da revista O
Cruzeiro, de 24 de maio de 1930, dois dias depois do primeiro pouso do Zeppelin
no Recife, Jobson encontrou uma planta com todos os detalhes da instalação da
torre de atracação e demais equipamentos do campo do Jiquiá. A revista
Ilustração Brasileira, que circulava no Rio de Janeiro dos anos 30, conta a
história dos dirigíveis.
De acordo com ele, o museu
ocupará antigos paióis construídos pelas Forças Armadas, para guardar
armamentos da Segunda Guerra Mundial. “Encontramos dez paióis, mas dois foram
destruídos numa ocupação da área. O museu deverá funcionar em oito deles, cada
um com uma temática”, comenta. É um projeto da Prefeitura do Recife, anunciado
há anos.
Além da exposição, a coleção
serviu de base para o escultor produzir um livro. Previsto para ser lançado no
próximo ano, terá como título "Zeppelin: da Primeira Guerra Mundial ao
Parque do Jiquiá". Os dirigíveis (Graf Zeppelin e Hindenburg) eram
fabricados na cidade alemã de Friedrichshafen. Saíam de lá e faziam escala no
Recife.
Jobson concluiu este ano a obra
de restauração da antiga torre de atracação do Jiquiá, recuperando 2.732 peças
em pouco mais de 12 meses. Na próxima sexta-feira, às 10h, ele levará a
diretora do Museu do Zeppelin (localizado em Friedrichshafen), a curadora e
crítica de arte Ursula Zeller, para visitar a torre.
O escultor pretende estabelecer,
com a curadora, intercâmbio artístico e cultural entre as duas cidades. “Vou
repassar informações sobre o Zeppelin em Pernambuco, será a nossa história
levada para a Alemanha”, diz ele.
Quando estiver pronto, o Parque
Científico e Cultural do Jiquiá terá o museu, o Memorial Zeppelin, planetário,
Museu de Ciências, Praça dos Relógios de Sol e outros atrativos, em 35
hectares.
Jornal do Commercio
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