O médico ginecologista Márcio
Faber (PV) renunciou ao cargo de prefeito de Paranapanema (261 km de São Paulo)
nesta quarta-feira (31) sob o argumento de que o salário que recebia do
município era baixo. Ele ganhava R$ 5.800, e, agora, na iniciativa privada,
espera receber R$ 30 mil.
"Pensei que desse para
conciliar as duas coisas: a profissão de médico e o cargo de prefeito. Mas a
parte jurídica disso não é bem definida. Então, para evitar uma complicação
maior, que é a cassação, preferi renunciar", afirmou Faber ao deixar a
prefeitura, função que exerceu pela primeira vez.
Faber já está em um novo emprego,
em outra cidade, mas não informou o local. Os dois telefones celulares dele,
fornecidos pela prefeitura e pela Câmara, não atendem as chamadas.
"Ele saiu da cidade meio que
corrido", afirma o vereador Afonso Aires de Melo, 39, que está filiado ao
mesmo partido do médico, o PV.
O ex-prefeito foi eleito com 60%
dos votos nas eleições de 2012, numa aliança feita com o PT, com a promessa de
inovar a administração municipal. Paranapanema tem aproximadamente 11 mil
eleitores.
O argumento não convenceu o
vereador de oposição Laerte Rodrigues de Lima (PR). "Ele não conseguiu ser
a novidade que prometeu nem inaugurar uma nova era na gestão do município
conforme apregoou na campanha."
Compra sem licitação
De acordo com Lima, nos sete
meses em que esteve no comando de Paranapanema, o ex-prefeito foi acusado de
comprar medicamentos sem fazer licitação e foi obrigado a revogar um contrato
de transporte escolar após o Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontar
irregularidades em 16 itens.
O vereador, empresário, afirma
que a saída do ex-prefeito representa prejuízo para o município, que enfrenta
dificuldades em "todos os setores" e está com um atraso de pelo menos
15 anos em relação a outras cidades.
Mas o vereador reconhece que o
salário de prefeito da cidade, uma estância turística, é baixo em face dos
desafios do cargo. Ele afirma que a Câmara cogita em melhorar os vencimentos, e
que isso era do conhecimento do ex-prefeito.
A reportagem do UOL procurou
Faber para ele comentar as críticas do oposicionista, mas ele não atendeu às
chamadas telefônicas. No lugar do renunciante, assumiu Antônio Hiromiti
Nakagawa, que, até quinta-feira, era o vice-prefeito.
Do UOL
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