SEM TEMPO PARA RESPIRAR - Entrando hoje na última semana do seu
Governo, Eduardo cumpre uma agenda incansável pelo Interior. Sábado passado,
foram quatro municípios.
A agenda começou às oito da manhã
em Salgueiro, a 530 km do Recife, e acabou as três da madrugada na fazenda
Melancia, do ex-deputado José Marcos de Lima, em São José do Egito, a 400 km da
capital.
Às sete da manhã do dia seguinte
já estava se deslocando para Arcoverde e Buíque, seguindo depois para Belo
Jardim e, por fim, Surubim.
No roteiro, inauguração de obras,
com destaque para entrega de UPAS especializadas, casas populares, estradas e
assinatura de ordens de serviço para novos empreendimentos na área de
infraestrutura.
Em cada cidade, articulações
políticas, ternurada em aliados que reclamam de mais atenção, muita tietagem,
entrevistas para mídia local e palanques para mandar a sua mensagem. Que chegam
através de discursos fortes, de um lado para massificar o fim de um governo
que, segundo ele, mudou a face do Estado.
De outro, de forma bem clara,
apresentar o secretário da Fazenda, Paulo Câmara, como o candidato que escolheu
para sucedê-lo no Palácio das Princesas.
“Se nós fizemos muito por
Pernambuco, Paulo Câmara fará muito mais”, disse no discurso que proferiu em
Afogados da Ingazeira.
Ali, Eduardo batizou a UPA com o
nome de Dom Francisco de Mesquita e um conjunto habitacional de Dona Laura
Ramos, matriarca da família Mariano. Emocionado, disse que dom Francisco operou
uma Igreja que nunca se curvou aos poderosos. Atacou Dilma sugerindo que, ao
contrário de Lula, seu governo está distante do povo.
Em média, o governador faz uma
fala de 20 minutos com frases de efeito tão fortes que parecem ter saído do
laboratório de marqueteiros.
O que mais impressiona na
maratona é a tietagem. Por onde passa, Eduardo parece um pop star. Homens,
mulheres e crianças o abraçam, posam para fotos e pedem até autógrafos.
Impressiona, igualmente, a sua
paciência de Jó para ouvir discursos, pedidos e também cobranças, mesmo em fim
de governo. Com cuidado extremo, o Eduardo candidato ao Palácio do Planalto
parece incansável.
Poucos, incluindo os auxiliares
mais jovens, conseguem acompanhar seu ritmo sem reclamar de tudo: das falações
cansativas, de um compromisso junto ao outro e, principalmente, do calor
infernal do Sertão, beirando os 40 graus.
BOA PROSA– Em Belo Jardim, terceira etapa da sua maratona de ontem,
o governador almoçou na fazenda Canta Galo, do prefeito João Mendonça. Eduardo
gosta de João pela sua capacidade de articulação, leveza e bom humor. O
prefeito, que reuniuuma penca de lideranças do Agreste, dos mais variados
partidos, além de deputados e secretários estaduais, é um exímio contador de
causos políticos. E tem sido um aliado leal e correto do governador.
NO CONVESCOTE– Foi identificado mais um pernambucano deleitando-se
na mordomia do camarote da Petrobras da Fórmula 1, além do deputado Fernando
Ferro: Reginaldo Valença, da
Administração de Fernando de Noronha. Encrencado no Tribunal de Contas,
Valença é casado com uma sobrinha do prefeito de São Lourenço, Ettore Labanca
(PSB), por quem foi indicado.
AGOURO DA OPOSIÇÃO– Para os petistas que se digladiam com os
partidos de oposição no Congresso, o ex-presidente Lula tem dito que o
crescimento entre as camadas mais pobres
“ainda vai longe'. E cita: “Só 37% tem TV de tela plana, só 30% tem máquina de
lavar louça. É só manter o emprego e a inflação sob controle. A oposição vai
errar mais uma vez”.
EQUIPE TAMPÃO- A Casa Civil no mandato tampão do governador João
Lyra Neto, que toma posse na próxima sexta-feira, será entregue ao atual
presidente do Lafepe, Luciano Vasquez, irmão do prefeito de Tracunhaém. O
administrador de Fernando de Noronha, Romeu Baptista, está cotado para a pasta
de Governo e José Francisco, secretário-executivo da Fazenda, deve suceder
Paulo Câmara.
CHUVA E EMERGÊNCIA- Choveu tanto em Serra Talhada na sexta-feira
passada que o prefeito Luciano Duque (PT) decretou estado da emergência pelos
próximos 90 dias. Está sendo feito um levantamento das áreas atingidas e a
necessidade de socorrer famílias prejudicadas. Duque deixou de prontidão a
Defesa Civil porque a meteorologia prevê mais chuvas.
CURTAS
E MILTON? – Não se sabe
ainda o destino do secretário de Governo, Milton Coelho, um dos auxiliares mais
fiéis do governador Eduardo Campos e que sabe dizer as coisas na hora certa com
muita propriedade. É bem provável que seja aproveitado na equipe da campanha
presidencial de Eduardo.
PV ADERE - Candidato ao Senado pela chapa da Frente Popular, o
ex-ministro Fernando Bezerra Coelho voltou do Sertão ainda no sábado, de avião
decolando de Patos (PB) de madrugada, para participar do ato ontem pela manhã
no Recife, da adesão do Partido Verde ao bloco governista.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: Quando deixar o Governo na sexta-feira,
Eduardo tira alguns dias para descansar ou já embarca de vez na campanha
presidencial?
'A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira'.
(Provérbios 15-1)
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