quinta-feira, 6 de março de 2014

Telexfree muda remuneração e divide investidores

Mudança na empresa americana vem após início de investigações / Reprodução da internet
Braço da empresa nos EUA altera forma de lucros e passa a cobrar mensalidades

A Telexfree Internacional, sediada nos Estados Unidos, anunciou na última sexta-feira uma mudança significativa na remuneração dos investidores. Em vez de ganhos fáceis do modelo anterior, o novo plano exige mais investimento e algo que não existia antes: mensalidades para contas do sistema de telefonia VoIP (pela internet) da empresa, que antes sequer precisavam ser usadas para gerar lucros. O novo plano dividiu quem continuou apostando na empresa, já investigada fora do Brasil.

Em junho passado, a Ympactus, ex-Telexfree brasileira, foi congelada pela Justiça acusada de ser uma pirâmide financeira. Ela oferecia retornos altos em troca de adesão mínima de R$ 600, com lucro maior para quem trouxesse novos participantes. Não havia mensalidade.

Mas a Ympactus, aberta em 2012, seria só licenciada para uso da marca Telexfree, inativa nos EUA desde 2002. Ambas dizem serem negócios diferentes, embora os sócios Carlos Costa (porta-voz de ambas), o brasileiro Carlos Wanzeler e o americano James Merril se revezem no comando das empresas.

Quando a Ympactus foi bloqueada, em junho passado, a americana passou a cobrar R$ 29 milhões da brasileira, que tinha R$ 659 milhões em conta, e adotou o modelo de negócios no exterior, até recentemente ser questionada também lá fora.

Sexta-feira passada, Costa, que só se comunica através de vídeos postados no Youtube e no Facebook, anunciou o novo plano de remuneração.

No exterior, a adesão de US$ 289 garantia retorno mínimo de US$ 20 semanais, por um ano. Agora será preciso vender dez pacotes de ligações a US$ 49,90 cada e manter ao menos cinco contas ativas, ao custo US$ 49,90 por mês, entre várias mudanças. Os investidores se dividiram entre elogios e queixas de que, além de quebra de contrato, a mudança significa reconhecer que o plano anterior não era viável, como dizem autoridades brasileiras.


Jornal do Commercio

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