terça-feira, 1 de abril de 2014

Do blog do Magno Martins: Coluna da terça-feira

O ESTILO E AS CIRCUNSTÂNCIAS - Tem muita gente desconfiada numa relação conflituosa entre o futuro governador João Lyra Neto, que toma posse sexta-feira próxima para um mandato tampão de nove meses, e o governador Eduardo Campos, que cumpre uma agenda frenética dos últimos dias de Governo.

Quando provocados sobre o assunto, Lyra e Eduardo tentam passar a impressão de que estão afinados, falando a mesma linguagem. Quem conhece João Lyra, como o marqueteiro Marcelo Teixeira, não acredita em nenhum tipo de vingança ou postura de profundo distanciamento da parte dele (Lyra) que possam levá-lo ao rompimento com Eduardo.

“Quem apostar nisso vai quebrar a cara”, alerta Teixeira, que atuou como conselheiro do vice-governador na fase em que tentaram intrigá-lo com Eduardo por este não o ter escolhido candidato à sua sucessão e, mais do que isso, o excluído do processo que culminou com a alternativa Paulo Câmara.

Vice de Eduardo por sete anos, Lyra foi mais prestigiado, na verdade, no primeiro mandato quando acumulou a Secretaria de Saúde e deu o start ao principal projeto do governo socialista, de abrir três novos hospitais e instalar um conjunto de Unidades de Pronto-Atendimento (UPAS).

Mas foi substituído, um ano e pouco depois, pelo presidente do Imip, Antônio Carlos Figueira, e, sem uma função executiva no Governo, perdeu, consequentemente, poder e aderência, ficando apenas com a função protocolar de substituir o governador nas suas ausências do Estado e do País.

Há quem diga que este episódio tenha arranhado a relação de Lyra com Eduardo, mas seguindo o estilo discreto e conciliador que parece ter herdado da escola de Marco Maciel, o vice praticou a arte de engolir sapos.

E nunca passou nenhum tipo de recibo quanto a um eventual desconforto. Como o político é o conjunto do estilo e das circunstâncias, resta aguardar para conferir como será João Lyra Neto com o poder da caneta.

CPI MISTA– O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho, recebe, hoje, para almoço em seu apartamento em Brasília, todos os líderes do bloco de oposição. Em pauta, a discussão de uma estratégia que leve o Congresso a instalar uma CPI da Petrobras mista, com representes da Câmara e do Senado. O problema é que o Senado já avançou muito mais, conseguindo as assinaturas necessárias para abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito.

QUEIROZ NOCAUTEADO– O que se diz em Brasília, onde este blogueiro passa a semana, é que o presidente estadual do PDT, José Queiroz, vai perder a queda de braço com o deputado Paulo Rubem pelo controle da legenda. Seguindo a orientação de Rubem, a executiva nacional do PDT, sob o comando do ex-ministro Carlos Lupi, tende a levar o partido a apoiar a candidatura de Armando Neto a governador.

PERDEU O COMANDO – O ex-deputado Luciano Bivar (PSL) perdeu o controle do G-6, bloco de partidos nanicos formado para se fortalecer na eleição proporcional. Tudo porque teria avançado para levar o apoio do bloquinho à candidatura de Paulo Câmara a governador sem o aval dos demais dirigentes partidários. Em nota, o G-6 anunciou ontem que pode ter candidatura própria a governador.

ABRIL VERMELHO - O fechamento simultâneo de trechos da BR-232 e 101, ontem, em Pernambuco, por parte do MST, provocando um caos no trânsito, foi apenas um aviso do que virá por aí de manifestações no Abril Vermelho. Tudo porque a reforma agrária na gestão de Dilma cresceu feito rabo de cavalo: para baixo. E não há mais garantias de que ocorram avanços.

QG PAULISTA- O secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, será o coordenador do Quartel General (QG) que o partido está montando em São Paulo para estruturar a campanha presidencial do governador Eduardo Campos. Ex-deputado federal por Sergipe, Pedrinho Valadares já se desligou de Suape e passa a integrar o núcleo paulista.

 CURTAS

NOVA ROTINA– Tão logo passe o bastão para João Lyra Neto na próxima sexta-feira, Eduardo pretende dar uma paradinha curta, capaz de recuperar as energias e na volta passará muito mais tempo em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, onde monta uma superestrutura, do que no Nordeste.

BOA ESCOLHA - Candidato a senador na chapa de Paulo Câmara, o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho só tem recebido elogios ao nome de Carlos Augusto Costa, indicado pela ex-senadora Marina Silva para seu primeiro suplente. Bem relacionado e vocacionado para a vida pública, Costa é bom camarada.

PERGUNTAR NÃO OFENDE: Renan e Dilma vão conseguir barrar a instalação da CPI da Petrobras no Senado?


'Busca satisfazer seu próprio desejo aquele que se isola; ele se insurge contra toda sabedoria'. (Provérbios 18-1)

Nenhum comentário: