O ESTILO E AS CIRCUNSTÂNCIAS - Tem muita gente desconfiada numa
relação conflituosa entre o futuro governador João Lyra Neto, que toma posse
sexta-feira próxima para um mandato tampão de nove meses, e o governador
Eduardo Campos, que cumpre uma agenda frenética dos últimos dias de Governo.
Quando provocados sobre o
assunto, Lyra e Eduardo tentam passar a impressão de que estão afinados,
falando a mesma linguagem. Quem conhece João Lyra, como o marqueteiro Marcelo
Teixeira, não acredita em nenhum tipo de vingança ou postura de profundo
distanciamento da parte dele (Lyra) que possam levá-lo ao rompimento com
Eduardo.
“Quem apostar nisso vai quebrar a
cara”, alerta Teixeira, que atuou como conselheiro do vice-governador na fase
em que tentaram intrigá-lo com Eduardo por este não o ter escolhido candidato à
sua sucessão e, mais do que isso, o excluído do processo que culminou com a
alternativa Paulo Câmara.
Vice de Eduardo por sete anos,
Lyra foi mais prestigiado, na verdade, no primeiro mandato quando acumulou a
Secretaria de Saúde e deu o start ao principal projeto do governo socialista,
de abrir três novos hospitais e instalar um conjunto de Unidades de
Pronto-Atendimento (UPAS).
Mas foi substituído, um ano e pouco
depois, pelo presidente do Imip, Antônio Carlos Figueira, e, sem uma função
executiva no Governo, perdeu, consequentemente, poder e aderência, ficando
apenas com a função protocolar de substituir o governador nas suas ausências do
Estado e do País.
Há quem diga que este episódio
tenha arranhado a relação de Lyra com Eduardo, mas seguindo o estilo discreto e
conciliador que parece ter herdado da escola de Marco Maciel, o vice praticou a
arte de engolir sapos.
E nunca passou nenhum tipo de
recibo quanto a um eventual desconforto. Como o político é o conjunto do estilo
e das circunstâncias, resta aguardar para conferir como será João Lyra Neto com
o poder da caneta.
CPI MISTA– O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho, recebe, hoje,
para almoço em seu apartamento em Brasília, todos os líderes do bloco de
oposição. Em pauta, a discussão de uma estratégia que leve o Congresso a
instalar uma CPI da Petrobras mista, com representes da Câmara e do Senado. O
problema é que o Senado já avançou muito mais, conseguindo as assinaturas
necessárias para abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito.
QUEIROZ NOCAUTEADO– O que se diz em Brasília, onde este blogueiro
passa a semana, é que o presidente estadual do PDT, José Queiroz, vai perder a
queda de braço com o deputado Paulo Rubem pelo controle da legenda. Seguindo a
orientação de Rubem, a executiva nacional do PDT, sob o comando do ex-ministro
Carlos Lupi, tende a levar o partido a apoiar a candidatura de Armando Neto a
governador.
PERDEU O COMANDO – O ex-deputado Luciano Bivar (PSL) perdeu o
controle do G-6, bloco de partidos nanicos formado para se fortalecer na
eleição proporcional. Tudo porque teria avançado para levar o apoio do
bloquinho à candidatura de Paulo Câmara a governador sem o aval dos demais
dirigentes partidários. Em nota, o G-6 anunciou ontem que pode ter candidatura
própria a governador.
ABRIL VERMELHO - O fechamento simultâneo de trechos da BR-232 e
101, ontem, em Pernambuco, por parte do MST, provocando um caos no trânsito,
foi apenas um aviso do que virá por aí de manifestações no Abril Vermelho. Tudo
porque a reforma agrária na gestão de Dilma cresceu feito rabo de cavalo: para
baixo. E não há mais garantias de que ocorram avanços.
QG PAULISTA- O secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, será o
coordenador do Quartel General (QG) que o partido está montando em São Paulo
para estruturar a campanha presidencial do governador Eduardo Campos.
Ex-deputado federal por Sergipe, Pedrinho Valadares já se desligou de Suape e
passa a integrar o núcleo paulista.
CURTAS
NOVA ROTINA– Tão logo passe o bastão para João Lyra Neto na próxima
sexta-feira, Eduardo pretende dar uma paradinha curta, capaz de recuperar as
energias e na volta passará muito mais tempo em São Paulo, maior colégio
eleitoral do País, onde monta uma superestrutura, do que no Nordeste.
BOA ESCOLHA - Candidato a senador na chapa de Paulo Câmara, o
ex-ministro Fernando Bezerra Coelho só tem recebido elogios ao nome de Carlos
Augusto Costa, indicado pela ex-senadora Marina Silva para seu primeiro
suplente. Bem relacionado e vocacionado para a vida pública, Costa é bom
camarada.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: Renan e Dilma vão conseguir barrar a
instalação da CPI da Petrobras no Senado?
'Busca satisfazer seu próprio desejo aquele que se isola; ele se
insurge contra toda sabedoria'. (Provérbios 18-1)
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