DILMA NA DEFENSIVA - A oposição fez o seu papel e muito barulho
ontem no Congresso. Em meio à confirmação de que foram conseguidas pela Câmara
as 171 assinaturas necessárias para instalação da CPI da Petrobras, no Senado o
tucano Mário Couto (PA) cruzou o salão azul em direção à Câmara e protocolou na
mesa diretora da Casa pedido de impeachment da presidente Dilma.
O senador interpretou as
declarações da presidente, de que assinara a compra de uma refinaria pela
Petrobras nos Estados Unidos sem ler as recomendações prévias para efetuar o
negócio. “Dilma cometeu crime de improbidade administrativa”, concluiu Couto.
Para criar a CPI do Senado, falta
apenas à leitura em plenário do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), que participou de almoço com
os deputados e líderes do DEM, PSB, SDD e PPS, disse que a Câmara não pode “se
ausentar” da tarefa de investigação.
“O Senado não vai ficar sozinho
com essa tarefa. A Câmara não pode se omitir e se ausentar de uma investigação.
Não pode ser só uma CPI do Senado”, declarou. De acordo com o líder do DEM, o
pernambucano Mendonça Filho (PE), a oposição pode chegar a 220 deputados favoráveis
à criação da CPMI.
Apesar de, na semana passada, o
PPS ter coletado na Câmara o número suficiente de assinaturas de deputados para
criar uma CPI mista, uma nova coleta precisará ser feita agora que o
requerimento de criação que valerá é o do Senado.
O Governo não ficou na defensiva.
Em uma reação à tentativa da oposição de criar uma CPI para investigar a
Petrobras, a coordenação do PT na Câmara decidiu 'fortalecer' requerimento de
autoria do deputado Paulo Teixeira (PT-SP) que prevê a criação de uma Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito (com participação de senadores e deputados) para
apurar denúncias de irregularidades em licitações do Metrô de São Paulo.
De acordo com o líder do PT na
Câmara, deputado Vicentinho (SP), o partido tentará incluir um 'adendo' no
requerimento de criação da CPI da Petrobras para que a comissão também apure
irregularidades em SP. Paralelamente, os petistas vão coletar assinaturas para
o requerimento de Teixeira, que prevê investigação específica das acusações de
superfaturamento na licitação feita pelo governo tucano.
TORTURA – A Comissão Nacional da Verdade anunciou, ontem, que o
ministro da Defesa, Celso Amorim, comunicou ao coordenador da CNV, Pedro
Dallari, que serão abertos processos de sindicância no Exército, na Marinha e
na Aeronáutica para apurar casos de tortura em unidades militares durante a
ditadura.
A PAIXÃO DE BOLSONARO – Ao final da entrevista exclusiva que
concedeu, ontem, em Brasília, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) revelou uma
particularidade pessoal: teve um grande amor da sua vida, aos 17 anos, na
cidade de Machado, na Zona da Mata. Deve ter sido certamente alguém com um
histórico de vida simpatizante à ditadura.
TENSÃO EM PLENÁRIO– A sessão da Câmara dos Deputados para lembrar
os 50 anos do golpe no Brasil foi interrompida, ontem, no final da manhã,
quando duas mulheres que acompanhavam os discursos, uma que defendia os
militares e outra que protestava contra o golpe de 1964, trocaram empurrões e
beliscões. Uma das agressoras, que falava xingava Bolsonaro, terminou derrubada
no chão.
PSOL RADICALIZA- Pré-candidato do PSOL ao Planalto, o senador
Randolfe Rodrigues, que estará neste fim de semana no Recife, disse, ontem, a
este blogueiro, em Brasília, que nem o tucano Aécio Neves nem o socialista
Eduardo Campos, candidatos a presidente no campo da oposição como ele,
representa a verdadeira mudança que o País necessita. “É por isso que aceitei o
desafio do meu partido”, justificou.
A CONFIANÇA DE ERUNDINA - A deputada Luiza Erundina gostou muito do
programa do PSB em rede nacional de tevê na semana passada e diz ter a certeza
de que quando o eleitor começar a vincular Marina a Eduardo o candidato
socialista ao Planalto subirá nas pesquisas, chegando ao segundo turno. Segundo
ela, Marina será confirmada vice de Eduardo no próximo dia 14.
CURTAS
ARREPENDIMENTO – Em entrevista à Agência Senado sobre os 50 anos do
golpe no País, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) revelou que se arrependeu
por não ter votado em Tancredo Neves, eleito pelo colégio eleitoral para operar
o processo de redemocratização. Combativo deputado ao regime de exceção, Jarbas
não compareceu à sessão do Congresso que elegeu Tancredo em 1984.
ENTENDIMENTO- Pelo menos o seu secretário da Fazenda, o
vice-governador João Lyra Neto, que assume o mandato tampão de nove meses na
próxima sexta-feira, será escolhido em entendimento com o governador Eduardo
Campos. Fred Amâncio, do Planejamento, é o mais cotado.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: O Congresso consegue funcionar com duas CPIs,
uma da oposição, outra do Governo?
'Come mel, meu filho, porque é bom; o favo de mel é doce ao teu
paladar'. (Provérbios 24-13)
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