SEM MUITA CONVERSA - Na passagem,
ontem, pelo Recife, para acompanhar o funeral do escritor e dramaturgo Ariano
Suassuna, a presidente Dilma relembrou o seu primeiro encontro com o
dramaturgo. Após cumprimentar os familiares, ela manteve uma rápida conversa
com o ex-governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB), na qual relembrou
que foi Eduardo o responsável por apresentar o escritor.
'Eita! Foi você (Eduardo Campos)
quem me apresentou a ele', disse a presidente, segundo relato do portal 247. A
cordialidade, porém, não poupou a presidente de um constrangimento quando os
presentes ao velório entoaram a música 'Madeira do Rosarinho, do compositor
pernambucano Capiba, que era cantada frequentemente por Ariano em eventos
políticos e é considerada uma espécie de hino de campanha do PSB.
Dilma cancelou a agenda prevista
no Rio de Janeiro para acompanhar o velório do escritor. Após desembarcar na
Base Aérea, anda no início da tarde, se dirigiu diretamente para o Palácio do
Campo das Princesas, onde ocorreu o velório. Assim que chegou, se dirigiu
diretamente aos familiares de Ariano para prestar os pêsames pela morte do
escritor.
A presidente estava acompanhada
do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), e o líder do PT no Senado, Humberto
Costa, que viajaram a Pernambuco no mesmo voo que trouxe a presidente.
Pela programação presidencial,
ontem, no Rio, Dilma visitaria as obras de integração do FPSO Cidade de
Mangaratiba, as obras do Parque Olímpico e Vila dos Atletas, na Barra da
Tijuca, e das sondas de perfuração do pré-sal, em Angra dos Reis.
Números divergentes– O jornalista
Ricardo Kotscho avalia que há 'diferenças estranhas' nas simulações de segundo
turno realizadas pelos institutos Datafolha e Ibope, divulgadas com um
intervalo de quatro dias. Enquanto o primeiro registra empate técnico entre a
presidente Dilma Rousseff e o tucano Aécio Neves, o segundo prevê vitória com
larga vantagem da petista. Em seu blog, Kotscho cobra que os responsáveis pelas
pesquisas venham a público 'para explicar as possíveis razões de números tão
divergentes'.
NA CUIA – A Taperoá que Ariano projetou tanto no cenário nacional
sofre um grande colapso de água. Embora o Governo do Estado tenha construído
uma solução emergencial com uma adutora, a água só chega às torneiras duas
vezes por semana. E ninguém escapa do velho hábito do banho de cuia.
RUIM DE URNA– Apesar de famoso, Ariano não exerceu nenhum tipo de
influência política em sua terra natal. “Minha família sempre foi ruim de
voto”, costumava dizer numa referência a um tio que disputou uma vez a
Prefeitura de Taperoá e não obteve sucesso nas urnas. O domínio do poder local
continua com a família Farias, que na gestão atual já deu espaço aos Vilar e
Suassuna.
OLHO NO 2º TURNO– Nem o PT nem o PSDB acreditam no potencial de
Eduardo Campos (PSB) e muito menos na alavancagem de Marina Silva (Rede). A
tática do momento é a de não hostilizar o ex-governador pernambucano. Nem Aécio
nem Dilma acredita que o socialista será capaz de quebrar a polarização
histórica entre o PT e o PSDB. Por isso, contam com o seu apoio no segundo
turno.
PROCESSO NAS COSTAS – Após ser acusado como um dos responsáveis por
oferecer dinheiro para que o Pros apoiasse a candidatura de Paulo Câmara (PSB)
ao Governo de Pernambuco, o líder do PP na Câmara, Eduardo da Fonte, anunciou
que irá processar o também deputado federal José Augusto Maia (Pros-PE), na
foto, responsável pela denúncia, por calúnia e difamação. A queixa-crime deverá
ser feita junto ao Superior Tribunal Federal (STF).
CURTAS
NOS FUNERAIS– Segundo denúncia feita por José Augusto Maia ao
jornal Folha de São Paulo, o Pros teria recebido uma oferta em dinheiro em
troca do apoio à candidatura de Paulo Câmara, cujo coligação conta com 21
partidos. O parlamentar, que exerceu o cargo de presidente da legenda em
Pernambuco, também apontou o presidente nacional do PP como um outro
responsável pela oferta.
DEPOIMENTO – Um dos momentos mais marcantes dos funerais de Ariano
foi quando vários cavaleiros, representando mouros e cristãos do romance A
Pedra do Reino, cruzaram suas lanças sobre o caixão. O gesto era utilizado para
marcar a chegada de Ariano às cavalgadas que ele fazia no município de São José
do Belmonte.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: Por que Lula não veio se despedir de Ariano,
seu grande amigo?
'Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são
enganosos'. (Provérbios 27-6)
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