SEM
INFLUÊNCIA DE DILMA - À propósito do meu comentário de ontem, no qual
identifiquei o crescimento de Armando Monteiro no Ibope à vinculação da sua
campanha com à imagem de Dilma, que cresce e já impôs uma vantagem de dez
pontos sobre Marina, o marqueteiro Marcelo Teixeira, da Makplan, discorda e faz
a seguinte avaliação:
“Meu caro Magno,
Em 2010, no Nordeste, principal
região eleitoral pró Dilma, a presidente tinha palanques com candidatos
fortíssimos. Na Bahia, Wagner teve 63,83% dos votos no primeiro turno; Dilma,
62,62%. Em Pernambuco, Eduardo teve 82,84%; Dilma, 61,75%. No Ceará, Cid teve
81,27%; Dilma, 63,30%.
Na Paraíba, Dilma tinha o apoio
dos dois principais candidatos: Ricardo Coutinho e Zé Maranhão, ambos tiveram
49%. No Maranhão, a presidente tinha os dois principais candidatos. No Piauí,
era apoiada pelo que ganhou, Wilson Martins. Em Sergipe, por Marcelo Deda. Em Alagoas
e Rio Grande do Norte teve bons palanques, Ronaldo Lessa e Iberê, obtendo 50%
dos votos para presidente.
Hoje, o quatro é outro. Na Bahia,
quem lidera é Paulo Souto, do DEM. Em Pernambuco, Paulo Câmara, do PSB. No
Ceará, Eunício Oliveira (PMDB) e Tasso Jereissati (PSDB). Na Paraíba, Cássio
Cunha Lima e Ricardo Coutinho, PSDB e PSB, ou seja, Dilma tem oposição forte em
todos os Estados.
As eleições do Norte e Nordeste
têm uma diferença para Sul e Sudeste. Na parte de cima do Brasil, é a força da
base que vence as eleições. No Sul e Sudeste, as eleições são vencidas pelo
candidato, ou seja, puxadas por cima. Nas últimas eleições presidenciais Lula e
Dilma perderam no Sul e no Sudeste, ganharam no Norte e no Nordeste.
Nas três últimas eleições
presidenciais fiz as contas baseadas nas abstenções e aplicando as pesquisas em
cada Estado. Publiquei nos blogs e nos jornais que, na minha opinião, haveria
dois turnos nas eleições, apesar de pesquisas indicarem a vitória de Lula e
Dilma no primeiro turno, a abstenção é maior nas regiões mais atrasadas.
As eleições têm oposição contra o
governo do PT e de Dilma. Cerca de 70% da população quer mudar e a mudança é
Marina. Os eleitores de Paulo Souto, Geraldo Alckmin, Cássio Cunha Lima, Paulo
Câmara do Beto Richa no Paraná e Ana Amélia no Rio Grande do Sul não votarão em
Dilma. Não se pode esquecer que o Governo Federal tem apenas 35% de aprovação.
Acrescente-se que a rejeição a Dilma é muito alta: também 41%, segundo o Ibope.
Além disso, pancada sem uma prova
contundente provoca um pequeno abalo, que logo é esquecido. Notamos nesta reta
final uma estratégia mais agressiva do PT em relação a Marina. Porém, os golpes
não tendem a abalar fortemente a candidata de oposição, pois faltam argumentos
mais claros que avalizem as acusações.
Em 89, a grande Imprensa e os
candidatos a presidente, principalmente Brizola e Lula, bateram em Collor sem
provas, já no segundo turno Collor bateu em Lula no caso do aborto com prova da
mãe de Lurian, na mesa cheia de dinheiro da Roseane Sarney, ou ainda, o
palavreado do próprio Ciro Gomes se referindo à Patrícia Pillar.
Na minha opinião, o voto de
protesto, o voto de oposição, o voto útil e a abstenção farão Marina chegar
taco a taco com Dilma no primeiro turno. Quanto ao Ibope local, Paulo continua
subindo e dentro da margem de erro pode estar com 41% e Armando 33%. E vamos
aguardar o Datafolha!”
(Marcelo Teixeira,
diretor-presidente da Makplan, é publicitário da Makplan, trabalhou em diversas
campanhas políticas para Brizola, Arraes, Cristovam, Marta Suplicy e outros).
ALINHAMENTO– A campanha de Marina Silva recebe relatos muito
animadores dos estados. Eles informam que o apoio popular à candidata está
rompendo com o alinhamento dos palanques, estaduais e nacional, dos
adversários. Um dos informes feitos ontem, na coordenação, partiu de Goiás. Em
um comício, o governador Marconi Perillo foi aplaudido ao afirmar que estava
com Aécio, mas e fosse Marina a adversária de Dilma iria para o seu palanque.
RUMO AO ENCOLHIMENTO
Mesmo com Marina Silva no segundo turno e um leve aumento de bancada na Câmara, o PSB não deve ter um bom desempenho na eleição nos Estados para governador. Os socialistas elegeram cinco governadores em 2010, mas agora podem levar três em Estados sem peso e relevância política.
ESPERTEZA SOCIALISTA – O presidente nacional do PSB, Roberto
Amaral, deve ser reconduzido ao posto em eleição que convocou cinco dias antes
da eleição porque foi esperto. Se a sucessão tivesse ficado para o período
pós-eleitoral não teria a mesma facilidade, porque o diretório de Pernambuco
lançaria um candidato: o prefeito do Recife, Geraldo Júlio.
PROVA DOS SETE – A pesquisa Datafolha, em parceria com a TV-Globo
em Pernambuco, para governador e senador sai amanhã. Nunca um levantamento foi
tão aguardado com tamanha ansiedade, porque deve tirar a chamada prova dos sete
em relação ao Ibope, que trouxe Câmara e Armando empatados, 39% e 35%,
respectivamente.
ATRAÇÃO DE PALANQUE – Depois que fez sua estreia no palanque de
Paulo Câmara em Caetés, o jovem João Campos, provável herdeiro político do
ex-governador Eduardo Campos, tem sido uma atração à parte nos comícios da
Frente Popular pelo Interior. Prefeitos e aliados têm aconselhado Câmara a
trazer o garoto, que tem vocação e gosta da atividade pública.
CURTAS
DEBATE – O segundo debate na televisão entre os candidatos a
governador em Pernambuco acontece amanhã nos estúdios da TV-Clube. Armando e
Câmara, que agora aparecem empatados, devem provocar “novas emoções”.
NASSAU – Além do Datafolha, que
sai na sexta na segunda edição do NE-TV, o Instituto Maurício Nassau divulga,
hoje, no início da tarde pelo site do Leia Já, mais uma pesquisa para
governador do Estado e senador. Amanhã, sai no JC.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: Dilma vai conseguir descontruir Marina da
forma como deseja?
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