MIRO: CRUZADA PELO DISTRITÃO - Numa conversa, ontem, com este
blogueiro em Brasília, o deputado Miro Teixeira (PROS-RJ) fez uma defesa
ardorosa do distritão, o chamado voto majoritário na eleição proporcional já a
partir da eleição do ano que vem, conforme proposta inclusa na reforma política,
que deve ser aprovada na próxima segunda-feira, na Comissão Especial da Câmara
dos Deputados.
“Para o Legislativo, defendo o
distritão. Sou a favor de um sistema que não tire do povo o voto unipessoal. O
povo tem de escolher diretamente o seu candidato. O que defendo na realidade
brasileira é o voto majoritário nos Estados. Se há 40 vagas, entram os 40 mais
votados”, diz.
E acrescenta: “Com o chamado
distritão, o voto se dá no Estado todo para um candidato. Você não tem o
problema da divisão dos distritos, porque o distrito passa a ser o próprio
Estado. Isso aqui é a transparência na eleição”. Miro Teixeira é só sorrisos e
anda arrancando elogios por onde passa.
O que mais teve na Câmara nos
últimos dias foi deputado rasgando a seda dele por conta da campanha para
incluir o “distritão” na reforma política. A ideia, já abraçada pelo PMDB,
especialmente pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), estabelece a
chamada também justiça eleitoral, com a eleição dos mais votados e não dos
puxados por coligações.
Defensor da reforma política e da
mudança no modo de eleger os deputados federais desde quando foi eleito pela
primeira vez deputado federal na década de 80, Miro acrescenta: “O povo não
entende como um sujeito que teve 300 mil votos chega à Câmara dos Deputados e
quem teve 120 mil fica fora. Quando você explica a nova ideia, as pessoas
entendem e aderem imediatamente”.
APROVAÇÃO – Miro acha que a proposta do distritão, que não conta
com o apoio de outras grandes legendas na Câmara, como PT e PSDB, além dos
partidos nanicos, passa no plenário da Casa. “Estou plenamente convencido da
nossa vitória”, observa. Já o deputado Sílvio Costa, vice-líder do Governo na
Câmara, concorda com Miro, mas acha que o distritão tem resistências fortes no
Senado, sendo derrotado por ampla maioria.
BRIGA DE FOICE – Com exceção de Caio Melo, já confirmado para a
Conab, as nomeações para o segundo escalão federal em Pernambuco não andam com
maior velocidade na Casa Civil porque as principais lideranças governistas do
Estado no Congresso não se entendem. A orientação do Planalto é dar o sinal
verde para nomeações em Estados em que não existam conflitos políticos.
TRAVOU GERAL – Na verdade, a queda de braço se dá entre o líder do
PP na Câmara, Eduardo da Fonte, que exige a verticalização dos cargos nos
ministérios ocupados pelo partido, e o PT. Apesar de ser líder do PT no Senado,
Humberto Costa não conseguiu ainda destravar as indicações dos ex-deputados
João Paulo, que iria para a Sudene, e Fernando Ferro, indicado para uma
diretoria da Chesf.
MOSCA AZUL – O deputado Jarbas Vasconcelos fez mais um jantar para
a bancada federal do Estado em seu apartamento, terça-feira passada. Mas como a
sessão na Câmara se prolongou até às 23 horas, o quórum foi baixo. A conversa,
entretanto, acabou girando em torno da eleição no Recife. Tem parlamentar
apostando que Jarbas entra na disputa para prefeito.
DUELO DE SAIAS – Nas eleições para prefeito de Arcoverde no ano que
vem o eleitor pode se deparar com a polarização entre dois postulantes de saia:
a prefeita Madalena Brito (sem partido), que tenta a reeleição, e Nerianny
Cavalcanti, ex-primeira-dama do município, esposa do deputado Zeca Cavalcanti,
que elegeu Madalena, mas o tempo se encarregou pelo rompimento.
CURTAS
POESIA – O deputado Tony Gel (PMDB) apresentou, ontem, ontem, voto
de congratulações ao repentista Ivanildo Vila Nova pela celebração dos seus 50
anos de carreira, comemorados no teatro Santa Isabel com a gravação de um DVD.
“Vila Nova profissionalizou o estilo repentista no País”, avaliou.
BARRAGEM – O deputado Jorge Corte Real (PTB), a exemplo de Ricardo
Teobaldo (PTB), também esteve com o ministro da Integração, Gilberto Occhi,
pedindo para não paralisar as obras da barragem de Ingazeira, no Sertão do
Pajeú, que abastecerá quatro municípios, beneficiando 40 mil pessoas.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: Cadê a força do PT pernambucano para
destravar os cargos federais?
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