Brasília – Empresas de cartão de crédito comprometeram-se hoje (9) a corrigir os problemas que mais geram queixas de consumidores nos Procons de todo país.
A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) entregou ao ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, um documento em que assume a responsabilidade pelas falhas e o compromisso de melhorar o atendimento ao consumidor.
Barreto disse que o compromisso assumido pelas empresas do setor é um passo importante para proteger os consumidores, principalmente os da classe C, que, segundo ele, já usam frequentemente cartões de crédito.
“A medida atende as expectativas do consumidor brasileiro, que já substituiu o cheque pelo cartão. Temos que informar esse consumidor de classe C para que ele saiba usar o cartão de crédito e não acabe se endividando, porque a inadimplência não beneficia ninguém”, afirmou o ministro.
As empresas de cartões de crédito, que foram proibidas de enviar novos cartões sem solicitação e autorização prévia dos consumidores, têm, a partir de agora, de informar os usuários sobre os riscos de fazer o pagamento mínimo da fatura.
No documento entregue ao ministro da Justiça, as empresas comprometeram-se ainda a entregar a cópia do contrato de adesão dos consumidores com explicações sobre as melhores formas de usar o cartão, a cobrança de juros e de taxas de anuidade.
O presidente da Abecs, Paulo Caffarelli, que participou da entrevista coletiva com o ministro Luiz Paulo Barreto, disse que o objetivo das empresas é melhorar os serviços para sair da lista de reclamações dos Procons. "Concentramos nossas ações para diminuir o número de reclamações contra as empresas de cartão de crédito e sair dessa lista de queixas para que nosso serviço tenha um salto de qualidade.”
Caffarelli também ressaltou que é preciso educar os consumidores sobre as melhores formas de usar o cartão para que não caiam na inadimplência. O aposentado Osmar de Oliveira é um dos muitos brasileiros endividados por causa do cartão de crédito. “Na hora de comprar, é tudo uma maravilha, mas, quando a conta chega, é um susto.”
Osmar, de 48 anos, contou que aida não conseguiu pagar a dívida de dois cartões de crédito. Segundo ele, é preciso muito cuidado porque as facilidades são muitas. “Acabei me afundando no cartão porque fui às compras na empolgação.”
Já a funcionária pública Maria Pocceschi preferiu "abandonar" o cartão de crédito depois de acumular dívidas e só recorre a ele em último caso. “O cartão é um perigo, porque os juros são muito altos e as contas viram uma bola de neve. Por isso, só uso em último caso.”
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