Os primeiros movimentos do governo de transição de Dilma Rousseff tiveram a marca registrada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo que o discurso oficial seja o de que a presidente eleita trabalha para formar uma equipe que tenha a sua cara e que Lula não dá opinião sobre nenhum setor do novo governo, sabe-se que ele é o grande conselheiro quando o assunto é nomear futuros ministros ou ocupantes de cargos de confiança. Especialistas ouvidos pelo site de VEJA acreditam que essa postura não faz bem à democracia do país e que Dilma deve mostrar sua personalidade.
De acordo com o sociólogo e cientista político Humberto Dantas, não é bom para nenhum governo depender de uma pessoa que não foi eleita nas últimas eleições. "Se fosse o PT que tivesse essa influência sobre Dilma seria mais razoável". Entretanto, pondera, é difícil dizer se essa postura continuará ou não nos próximos quatro anos. "Isso depende da conjuntura política. Dilma é centralizadora e logo mais colocará as mangas de fora, mostrando a que veio".
Integrantes do alto escalão petista afirmam que Dilma submete suas decisões ao presidente em razão do relacionamento de respeito e confiança criado entre os dois nos últimos anos. A presidente eleita é ouvinte fiel de Lula e aceita muitas de suas sugestões. Apesar disso, dizem petistas próximos, quando a discussão é sobre áreas estratégicas para Dilma – como os setores energético e de infraestrutura, ela deve indicar pessoas de sua confiança e, como prefere de caráter mais técnico do que político.
Um comentário:
Isso se chama o jeito PT de governar, é profundamente lamentável, uma vergonha p/o brasil.
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