quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Fiat anuncia investimento em Pernambuco

 AUGUSTO LEITE    
Projeto vai consolidar
investimentos do ramo automotivo no Estado
O governador Eduardo Campos surpreendeu, ontem, durante a abertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa (Alepe), ao assegurar que a Fiat investirá R$ 8 bilhões em Pernambuco, mais que o dobro do anunciado no fim do ano passado. Segundo ele, a cadeia da indústria automotiva vai gerar 15 mil empregos, entre diretos e indiretos. O salto de R$ 5 bilhões no aporte de recursos seria fruto da chegada da Fiat Powertrain Technologies (FPT), subsidiária da montadora italiana que produz motores e transmissões. O fabricante não confirmou a informação e disse que Campos se referiu à cadeia completa, em que entram as empresas fornecedoras.
Como trazer as peças do Sul do País para montar os carros produzidos no Estado ficaria caro, a instalação da FPT parece natural. Não é a toa que uma das plantas do grupo fica em Minas Gerais, onde a Fiat possui uma fábrica na cidade de Betim. A Powertrain possui também uma unidade no Paraná. Nos bastidores, o que as conversas apontam é que Eduardo Campos soltou a informação antes da hora e pegou todo mundo desprevenido: a montadora e sua equipe de Governo. O problema é que as próprias declarações do governador não esclareceram se parte dos investimentos pode ser dos sistemistas.
“Esse projeto monta a R$ 8 bilhões porque vai consolidar investimentos, além da montagem, na fabricação de autopeças, no desenvolvimento de um novo motor com menos emissão (de gases poluentes), que usa preferencialmente biocombustível, com suspensão e caixa de marcha”, antecipou Campos. Os detalhes, inclusive financeiros, foram apresentados, na última terça-feira, ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e, ontem, ao Ministério da Fazenda. A Fiat quer produzir 200 mil carros por dia, na unidade do Cabo de Santo Agostinho, a partir de 2013.
O próprio secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio, não sabia o que dizer sobre o aporte de recursos. Primeiro, afirmou à reportagem que dizia respeito aos investimentos de toda a cadeia produtiva. Depois, sem dar maiores detalhes, corrigiu-se. “Não é só a montadora. Tem a ver com a produção de peças: motor, câmbio e suspensão. Será tudo em um complexo. Já se pensava nisso, mas ainda estava em fase de análise. O projeto é, de fato, de desenvolvimento regional”, resumiu.
Folha de Pernambuco

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