sábado, 5 de março de 2011

Antes das marchinhas, tocavam ópera no carnaval de Salvador

por Guia dos Curiosos

São 25 quilômetros de ruas e praças bloqueadas para os festejos. Um dia antes do início oficial da folia, o Rei Momo recebe as chaves da cidade e desfila em carro aberto ao lado de suas rainhas e princesas. No centro histórico da cidade, no Terreiro de Jesus e na Praça da Sé, a festa é afro. Olodum, Ilê Aiyê e Filhos de Gandhy são alguns dos blocos que reúnem seus foliões em local e redutos próprios. Na quarta-feira de cinzas, todos se encontram na praça Castro Alves.

* No século XIX, quando ainda não existia a música carnavalesca, o Carnaval baiano era embalado por trechinhos de óperas.

* O Olodum foi o primeiro bloco afro a desfilar num trio elétrico. Moradores do centro histórico de Salvador criaram o bloco em 1979.

* O Olodum ganhou fama internacional em 1990, quando o cantor norte-americano Paul Simon foi ao Pelourinho gravar a canção "The Obvius Child", do CD "The Rhythm of The Saints". Outro bloco afro, o Ilê Ayê nasceu em 1974. A Timbalada, orquestra de percussão inventada por Carlinhos Brown, usa os timbaus, um tambor derivado do atabaque. Surgiu em 1993.

* Antonio Luís de Souza, conhecido como Neguinho do Samba, foi o fundador do Olodum. Depois de algumas divergências com a cúpula do bloco, ele saiu e fundou a Didá, um bloco só para mulheres. O belo sobrado do Pelourinho onde funciona a Didá foi doado pelo músico americano Paul Simon.

* O famoso grupo musical Ara Ketu nasceu como bloco carnavalesco, em 1981, em Periperi, subúrbio de Salvador. Assim como os grandes blocos (Olodum, Filhos de Gandhi e Ilê Ayê), ele surgiu sob a inspiração do candomblé. Em ioruba, Ara Ketu significa "povo de Ketu". Foi Ketu, localizada na Nigéria, a nação que mandou para a Bahia o maior número de escravos.

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