sábado, 5 de março de 2011

Escolas de samba de Maceió garantem desfile neste sábado

Fantasia de uma escola  de Alagoas
Roberto Amorim
A partir das 21h deste sábado de Carnaval, cinco escolas de samba de Maceió mostram ao público o resultado de um ano de trabalho árduo e apego à tradição iniciada na metade do século passado, quando aconteceram os primeiros desfiles na cidade.

Jangadeiros, Unidos do Poço, Girassol, Arco-Íris e Gaviões da Pajuçara conseguiram sobreviver a mais uma via-crúcis. Elas enfrentaram e venceram a falta de dinheiro e o apoio das novas gerações para entrar na avenida da Paz com a alegria característica dos brincantes populares.

A tradicional 13 de Maio, de mestre Índio, não teve fôlego para continuar. A união dos moradores da rua que dá nome a escola não foi suficiente para garantir dinheiro para os gastos com instrumentos musicais, fantasias e carros alegóricos.

Só no início da semana a prefeitura de Maceió liberou R$ 50 mil para ajudar as cinco escolas de samba entrar na avenida. A demora causou estragos na Gaviões da Pajuçara, que vai desfilar com apenas com 300 componentes, 500 a menos do ano passado.

“Com o dinheiro arrecadado com bingos, rifas e outros eventos não dava para ir além. O reforço da prefeitura chegou tarde e não podíamos fazer mais nada além de pagar uma pequena parte da conta”, diz Hilton Lopes Feitosa, presidente da Gaviões e conhecido como Prego.

A escola de samba fundada por ele desfila neste sábado homenageando a histórica cidade de Marechal Deodoro, a primeira capital de Alagoas. “Gastamos em média 40 mil para entrar na avenida com dignidade. Por isso, todos os anos sobram contas e pensamos em desistir. Mas o espírito guerreiro não deixa”.

Mar, cachaça e dança

A situação é a mesma nas outras agremiações recreativas, que só desfilam graças a impressionante paixão pelo samba. Desistir não está no vocabulário deles. A Jangadeiros leva para o público o samba enredo 'Vitória de Santo Antão faz cachaça até exportação, numa homenagem a cidade pernambucana que produz um dos melhores aguardentes do país.

A mais antiga escola de Samba de Alagoas, a Unidos do Poço trabalhou a questão da dança, com o tema 'Do samba ao tango você me encontra na avenida'. Do bairro da Ponta Grossa, a Girassol canta e dança a influência da cultura negra no Brasil. A agremiação Arco-Íris, do Jacintinho, celebra a beleza da cidade litorânea de Paripueira.

“Mesmo com enormes dificuldades, todos os anos as escolas de samba levam alegria e beleza para o povo alagoano e visitantes. Se sociedade e pode público não se unirem em torno dessa festa popular, eles irão desaparecer e não teremos nada para mostrar a ninguém. É preciso tomar medidas urgentes para evitar a extinção dessa manifestação”, alerta Pedro Gaia, empresário e incentivador do Carnaval de rua de Maceió.

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