sábado, 19 de março de 2011

O Evolucionismo e o clero

Parte 2  
  
A mídia também noticiou intensamente que a Igreja Católica já teria aceitado oficialmente o Evolucionismo. É o que foi publicado, por exemplo, num site de noticias organizado por jesuítas. Ali se lê que a adoção do Darwinismo pela Igreja foi celebrada pelo Monsenhor Gianfranco Ravasi, Ministro da Cultura do Vaticano. Segundo o texto desta noticia, e o de muitas outras semelhantes, encontradas em outras mídias, o arcebispo Ravasi teria declarado que a teoria da evolução é totalmente compatível com a Bíblia.
           
Ora, mas não é um pilar do Evolucionismo a tese de que o mundo não foi criado por Deus? Esse pilar é ferozmente defendido por nada menos do que 38 cientistas prêmios Nobel. Em uma carta-manifesto, esses importantes cientistas rejeitam solenemente a tese de que há uma inteligência criadora e postulam, como fundamento do evolucionismo, que tudo é um processo aleatório, não guiado ou planejado. E a Bíblia, bem como o credo católico, dizem o contrário.
           
Há que ser malabarista profissional para sustentar-se nessa corda. E parece ser esta uma habilidade desse monsenhor tão simpático à ciência moderna. No texto da declaração de Dom Gianfranco Ravasi, por ocasião da abertura do Congresso Internacional "BIOLOGICAL EVOLUTION: FACTS AND THEORIES. A CRITICAL APPRAISAL 150 YEARS AFTER “THE ORIGIN OF SPECIES", em Roma, em março de 2009, se vê que, de fato, ele não põe contradições entre as duas doutrinas. No entanto, no inicio de seu pronunciamento, feito em 16 de setembro de 2008, ele declarou:

“A terceira informação que quero lhes dar tem a ver com essa Conferencia que é parte de uma reflexão sobre evolução, em particular evolução biológica.” (http://212.77.1.245/news_services/bulletin/news/22602.php?index=22602&po_date=16.09.2008&lang=it#INTERVENTO%20DI%20S.E.%20MONS.%20GIANFRANCO%20RAVASI. Tradução e sublinhado nossos).


Portanto, a evolução, em nível biológico, é parte de uma discussão maior sobre evolução. Que outra evolução genérica seria essa, em que a biológica é apenas uma parte, tão refletida por um arcebispo? Em seguida, no mesmo pronunciamento, ele dá outra pista:

“Durante o caminho, justamente nessa manhã, Eu me deparei com algumas páginas que ele [Bento XVI quando ainda Cardeal Ratzinger]  escreveu em um livro cuja tradução é O Espírito da Liturgia. As páginas eram dedicadas às idéias evolucionistas modernistas de Teilhard de Chardin. É uma reflexão apaixonada sobre como essa idéia pode contribuir para a reflexão teológica.” (op.cit., Tradução e destaques nossos)

Ecco! Não há como escapar do modernismo. Esse, que é o resumo de todas as heresias, também é o motivo pelo qual o clero quer discutir – para fazer penetrar – o darwinismo na doutrina católica. Na obra em questão, o então Card. Ratzinger citou Teilhard de Chardin com intenção duvidosa, embora de modo inapropriado e inoportuno. O fato é que o celebrado Teilhard de Chardin, sacerdote jesuíta, fora condenado por suas doutrinas modernistas e era um cientista evolucionista com segundas intenções, ou com intenções teológicas. É ele e suas idéias que estão inspirando o tal arcebispo, o tal congresso e todos seus participantes. Não pode, jamais, ser essa a posição oficial de Igreja.
           
Esse encontro, organizado pelo clero evolucionista, já está dando o que falar. Uma intervenção anti-darwinista foi bruscamente cortada. Ao questionar a existência das formas transicionais intermediárias entre duas espécies em divergência evolutiva, o Dr. Oktar Babuna, da Turquia, teve o micronofone cortado e foi silenciado. A pergunta, incompleta, foi dirigida à mesa composta por Francisco J. Ayala e Douglas Futuyma. Enquanto o primeiro alegava que a pergunta não seria respondida, o segundo, irritado, deixou a mesa. O Dr. Babuna foi convidado à retornar ao seu lugar, atitude que levou a platéia a um aplauso bastante coerente com a “imparcialidade” cientifica (http://blogs.reuters.com/faithworld/2009/03/04/anti-darwin-speaker-gagged-at-vatican-evolution-conference/). O Dr. Francisco Ayala defende um evolucionismo maquiado pelas idéias da Teoria do Design Inteligente, com características de gnose, enquanto que para o Dr. Douglas Futuyma, somente a evolução é que dá sentido á vida.
           

Diante das comemorações do aniversario de Charles Darwin, não puderam faltar outras homenagens do clero. 
           
O arcebispo emérito de Maceió,  Dom Edvaldo G. Amaral, em apoio à reportagem já citada da revista Veja, declarara à mesma:

Eu sou evolucionista, mas creio firmemente que antes de todas as explosões da matéria, antes dos Big Bangs, que não sei com que calendário os cientistas fixam em bilhões de anos atrás, antes de tudo, no princípio de tudo, existe o Ser infinitamente poderoso, infinitamente sábio e infinitamente santo, que nós, cristãos, chamamos Deus, autor do universo.” (http://veja.abril.com.br/180209/leitor.shtml)
           
           
 Dom Mateus de Salles Penteado, monge beneditino, também não perdera a mesma oportunidade de assumir sua adesão à ancestralidade simiesca, declarando para a mesma revista:

Sou monge beneditino, acredito em Deus, acredito na Igreja – e também em Charles Darwin. Qual o problema? As Escrituras não são, nem querem ser, um livro descritivo do funcionamento da natureza. A Bíblia não é um manual de ciências, e é um grande erro lê-la desse modo. No livro do Gênesis, a narrativa da Criação (por sinal duas, escritas com séculos de diferença) é apenas uma reflexão sobre a condição espiritual humana, dentro do quadro de uma introdução teológica à Aliança entre Deus e seu Povo. Os autores não tinham a mínima intenção de "informar" os leitores a respeito de como o homem apareceu no mundo, mas do porquê da Aliança e da necessidade da redenção. A ciência, por sua vez, nada tem a dizer a respeito de Deus, nem a favor nem contra. Um bom cientista pode ser mau teólogo e, apesar disso, fazer boa ciência; por outro lado, um bom teólogo não pode contradizer a ciência, sob pena de fazer péssima teologia. A ciência e a fé não se opõem porque respondem a perguntas diferentes.” (http://veja.abril.com.br/180209/leitor.shtml)

O destemido monge ousa ir além, submetendo a teologia à ciência, obviamente referindo-se à ciência evolucionista. “Qual o problema?”.
           
Houve até cardeal brasileiro declarando ser a evolução um fato evidente, que não pode ser posto em dúvida. Praticamente, um dogma...
           
Sempre que um importante membro da hierarquia se pronuncia, a mídia, anti-católica, agilmente noticia que, finalmente, a Igreja Católica aceitou o Evolucionismo oficialmente. Teria sido assim com Pio XII, João Paulo II, Cardeal Schönborn, Bento XVI e, agora, com o arcebispo Gianfranco Ravasi. Qual destes é o pronunciamento oficial? Nenhum! Se algum desses fosse definitivo e oficial, ou ainda, infalível, não seriam necessários os outros e não haveria dúvidas quanto ao seu peso doutrinário. No entanto, nenhum destes pronunciamentos passa de uma opinião pessoal. Todos apenas tratam a teoria da Evolução como um objeto valido para a pesquisa cientifica, ainda que alguns de seus autores tivessem um desejo profundo – modernista – de que a teoria seja uma verdade inequívoca e absolutamente perfeita, coisa que nenhum cientista sincero admite.
           
Todas essas oportunas declarações foram feitas inspiradas pelo sopro das duzentas velinhas do caduco Darwin. Quanto apoio misterioso ao grande propulsor do ateísmo e materialismo moderno! Viva a tartaruga bicentenária!

A herança com modificação da ideologia Darwinista

Diz a corrente darwinista radical que a evolução se dá por meio de mutações e seleção natural. Ora, se isso fosse uma lei da natureza, deveria se repetir até mesmo nas ações humanas, inclusive nas ciências.
           

Após Darwin, a busca por evidências, provas ou esclarecimentos necessários à teoria evolucionista tornou-se objeto das ciências biológicas. Esse foi um dos legados do velho naturalista. No entanto, as descobertas levaram os cientistas a uma “evolução” da teoria. As correntes descendentes traziam novos elementos que tentavam ajudar a perpetuar a tese evolucionista. Surgiu, na metade do século XX, o neo-darwinismo. Foi uma atualização da teoria darwinista. As esperanças cresciam.
           
Contudo, essa teoria mutante não se mostrou tão apta à seleção natural da realidade material. Os famigerados fósseis intermediários extinguiram o gradualismo. Por isso, em oposição, foi proposta a tese neutralista, na década de 60. Novas esperanças nesse novo mutante, que não exigia a existência de indivíduos evolutivamente intermediários, pois a evolução se daria por saltos.
           
Nada... não satisfez a comunidade cientifica. Antes disso, a dividiu.
           
Outras correntes menores apareceram. Nomes novos, teimosia velha.
           
Só não apareceram provas reais ou evidências claras.
           
No final da década de 90, foi proposta uma terceira via, por James Shapiro. Essa terceira via já alteraria certas definições e elementos do velho neo-darwinismo e incluiria uma certa intenção - um direcionamento – na evolução, cuja engenharia genética seria organizada pela célula. A seleção natural, aleatória e cega, seria substituída por uma “engenharia genética natural”, não tão aleatória e cega. Algo mudou. Algo “evoluiu”...
           
Para a ciência moderna, é mais que esperado que uma teoria se atualize, sofra alterações ou adequações. Portanto, que ninguém diga que o Darwinismo é um fato e explica a diversidade de modo irrecusável. As tentativas de adequar a teoria à realidade natural falharam e, por isso, ocorreram as mutações. Uma teoria sem unidade, nem mesmo unanimidade entre os cientistas, não pode ser a explicação mais lógica para a nossa existência. Não se pode afirmar que o Darwinismo é uma verdade sem ferir um mandamento da ciência moderna.
           
Assim, mais uma vez, devemos aproveitar a ocasião para nos opormos ao Evolucionismo, a Darwin e aos pós-darwinistas, pois toda essa doutrina traz graves conseqüências para a fé. Por isso, São Pio X condenou esse principio, que vem antes da teoria cientifica. E é por isso que o clero modernista de nosso século, sobrevivente e continuamente rebelde, é tão adepto da “descendência com modificação”, seja lá o que isso signifique em biologia.


Fabio Vanini

ENVIADO POR NOSSO AMIGO E LEITOR MANOEL CARLOS.

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