segunda-feira, 14 de março de 2011

UPE aguarda verba para expandir interiorização

Mariana Araújo
maraujo@jc.com.br

A Universidade de Pernambuco (UPE) aguarda a liberação de recursos do governo federal para colocar em prática o seu plano de expansão. No Orçamento Geral da União (OGU) de 2010, foram aprovados, por meio de emendas parlamentares, recursos da ordem de R$ 45,7 milhões. No entanto, apenas R$ 15 milhões estão confirmados para liberação, até o momento. O dinheiro ainda não chegou à UPE, pois depende de trâmites nos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, de onde a verba é originada. A previsão é que seja liberado este semestre.

Antes do Carnaval, o reitor da UPE, Carlos Calado, esteve em Brasília para pressionar a bancada pernambucana e os ministérios a agilizar a liberação dos recursos. Grande parte da verba será destinada para a expansão e desenvolvimento de projetos nos câmpus da UPE no interior. “Só através desses recursos poderemos cumprir as promessas de expansão já anunciadas. Esses projetos são muito importantes para a população do interior, que terá acesso a novas tecnologias e melhoria da qualidade de vida”, afirmou o reitor.

Uma emenda do deputado federal Fernando Ferro (PT) prevê a liberação de R$ 5,7 milhões. Desse total, apenas R$ 2 milhões estão garantidos pelo Ministério da Educação. O dinheiro será usado na construção do prédio que vai abrigar o curso de medicina, no câmpus de Garanhuns, no Agreste do Estado. As aulas começam no segundo semestre, mas num edifício erguido para abrigar outros cursos da UPE naquele município. “Vamos usar o prédio para ministrar as aulas de medicina e manter os atuais cursos nos locais antigos até concluirmos essa obra”, informa o reitor.

O restante do dinheiro da emenda – R$ 3,7 milhões – será aplicado em melhorias nos prédios e laboratórios do curso de odontologia, em Camaragibe, na Região Metropolitana, e de educação física, no Recife, e na construção de uma biblioteca central e na conclusão das obras do edifício-garagem do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape), em Santo Amaro, na capital pernambucana.

Outra emenda, no valor de R$ 37 milhões, do deputado Inocêncio Oliveira (PR), só tem garantida a liberação de R$ 10 milhões, também do Ministério da Educação. Os recursos serão aplicados na compra de equipamentos para laboratórios, material e móveis para o curso de medicina de Garanhuns, e ainda na construção do prédio onde ficarão os cursos de direito e odontologia de Arcoverde, no Sertão. As aulas também começarão no segundo semestre em salas cedidas por uma faculdade particular do município. No caso de odontologia, as disciplinas práticas serão ministradas em consultórios das redes municipal e estadual de saúde.

MATA SUL - Os R$ 27 milhões restantes da emenda serão aplicados na construção do câmpus de Serra Talhada, no Sertão, que oferecerá o curso de medicina, e do câmpus de Palmares, na Zona da Mata Sul, que oferecerá enfermagem e sistema de informação. Como não há previsão de construção dos prédios, ainda não foi realizado vestibular para essas unidades. “Em Palmares, a UPE vai ocupar um terreno na nova área de urbanização da cidade, longe das enchentes do Rio Una”, explica Calado. Já em Serra Talhada, o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) cedeu uma área de 10 hectares ao lado do câmpus da Universidade Federal Rural de Pernambuco.

A terceira emenda, no valor de R$ 3 milhões, de autoria da deputada Ana Arraes (PSB), será destinada ao câmpus de Petrolina, no Sertão. A verba vai custear projetos que visam à melhoria da capacidade física e laboral e qualidade de vida de trabalhadores rurais que atuam no cultivo de manga, melão e uva. Esses trabalhos são desenvolvidos por estudantes e professores dos cursos de fisioterapia, enfermagem, nutrição, biotecnologia e geografia. Os recursos são do Ministério de Ciência e Tecnologia.

A reportagem entrou em contato com as assessorias de comunicação dos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, mas não recebeu resposta sobre o prazo de liberação dos recursos.

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