Lendo sobre a campanha de desarmamento que terá inicio hoje, cujo título adotado em Pernambuco é “Arma, nem de Brinquedo” me lembrei de um artigo que escrevi e publiquei em um conceituado Blog no mês de abril de 2008.
Pesquisando meus arquivos reli a matéria e percebi que ela continua atual, a diferença é que a banca da feira que fotografei vendendo armas de brinquedo não existe mais, no entanto, recebi informações que as armas de brinquedo continuam a venda apenas de maneira mais discreta é preciso interesse do comprador em perguntar que o produto aparece.
Leia a matéria e a foto publicada no dia 12 de abril de 2008 no Blog A voz da Vitória.
Violência de brinquedo
Armas de brinquedo: venda normal no comércio vitoriense. Foto feita em abril de 2008 |
Quem na infância nunca brincou de polícia e ladrão?
A brincadeira com o tempo foi se aperfeiçoando, armas de plástico foram surgindo, e a cada dia se parecendo mais com armas de verdade, até que surgiram verdadeiras réplicas no mercado: pistolas, fuzis, espingardas e outras que a gente só via em desfile militar. Com isso vieram os primeiros acidentes, crianças inocentes encontravam armas verdadeiras deixadas pelos pais em gavetas de fácil acesso e pegavam para brincar, causando morte e ferimentos em amiguinhos e até irmãos.
Quantas tragédias já foram noticiadas por conta de acidentes com armas de fogo em que as vítimas são crianças. Ao invés de fornecer uma arma de brinquedo para uma criança a pessoa poderia doar um brinquedo educativo, um livro ou coisa que valha a pena?
Infelizmente o adulto principalmente o pai acha que dar uma arma de brinquedo para uma criança contribui para a sua masculinidade no futuro esquecendo que isso pode com o tempo sim formar uma personalidade violenta em uma criança que irá deduzir que uma arma servirá para resolver qualquer problema. O culto a armas se faz de modo tão intenso que você encontra até doces em forma de armas.
Atualmente com as leis de desarmamento mais severas, a exemplo de “a venda de armas de fogo mais controlada”, bandidos fazem uso de armas de brinquedo para cometer assaltos por serem réplicas exatas de fácil acesso e preço baixo em relação às armas verdadeiras.
Quando o cidadão é assaltado ele não sabe se a arma que o meliante porta é verdadeira ou não, mas a pressão e o terror psicológico que este sofre são o mesmo, força-se a entrega dos seus bens porque ele considera sua vida mais importante e não se permite arriscar (é bom que não arrisque mesmo), pois a sua vida é relevante.
A população vive refém da violência até mesmo desta violência causada por armas de brinquedo. O Estatuto do Desarmamento diz textualmente que é proibida a venda, comercialização ou importação de armas de brinquedo que se pareça com armas de verdade, mas não é isso que a gente vê por aí, até em barracas de feira encontra-se tais armas.
Só resta a população ter consciência do problema, não comprar tais brinquedos e cobrar das autoridades mais empenho na fiscalização e punição para quem comercializa produtos fora da lei.
Por Orlando Leite.
Postado por A VOZ DA VITÓRIA às 19:06
Marcadores: Orlando Leite, Polícia Federal
2 Comentários:
Sosígenes Bittencourt disse...
Essa história de estimular heroísmo e bravura em criança, presenteando-a com arma de brinquedo já tem resultado em tiro pela culatra. É como a estimulação precoce da sexualidade. Essa moda de nossos dias me gerou a seguinte frase, arrimada a comparação entre o passado e o futuro: No meu tempo, menino não portava arma de fogo, não pitava "cannabis sativa", nem namorava nu.
14/4/08 09:19
Hepaminondas disse...
Parabéns Orlando pelo artigo.Vc me fez lembrar de minha infância e abordou um polêmico assunto de forma clara, leve e reflexisiva.Qualquer governo sério proibiria as vendas dessas armas de brinquedo.
14/4/08 10:13
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