Do Blog de Jamildo
A Petróleos de Venezuela (PDVSA) tem até agosto para definir se será ou não sócia da Petrobras na Refinaria Abreu e Lima, no Complexo Industrial e Portuário de Suape, em Pernambuco. Mas uma rápida análise de prós e contras mostra que a estatal de Hugo Chávez é totalmente dispensável à estatal brasileira. Aliás, a participação da PDVSA encareceria em mais US$ 400 milhões de investimento.
De acordo com o diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, o empréstimo de R$ 10 bilhões tomado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) acaba em agosto. A expectativa era de que a PDVSA arcasse com 40% do gasto, mas, por enquanto, um calote venezuelano vai se confirmando. “Não tenho novidades em relação á PDVSA. Não temos definição se eles vão entrar ou não. Ela não está fora, mas também não está dentro”, resumiu o diretor durante visita de jornalistas à planta industrial nesta segunda-feira (30). Costa, no entanto, diz que não há motivo para preocupação, pois há recursos próprios para arcar com os outros R$ 16 bilhões necessários para concluir a obra.
Se a PDVSA resolver entrar no projeto e se tornar sócia do empreendimento, há um acréscimo de US$ 400 milhões, custo de um equipamento para retirada de enxofre que só será adquirido se os venezuelanos virarem sócios. A possibilidade de parceria já encareceu o projeto, pois seria necessário separar o processamento do óleo. É preciso melhorar a qualidade do petróleo que viria da terra de Chávez, que é inferior a do proveniente do Campo de Marlim, no Rio de Janeiro.
Mas Paulo Roberto Costa se nega a dizer que não quer a PDVSA como sócia. Questionado sobre os prós e contras de ter ou não a empresa junto com a Petrobras na Refinaria, ele sai pela tangente. “Companheiro, essa resposta eu não vou te dar”, diz, encerrando o assunto.
A dificuldade da Petrobras para se desvencilhar da empresa venezuelana é fruto de um acordo binacional firmado entre os dois países em 2005.
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