Folha de Pernambuco
Um teste positivo de gravidez fez com que os familiares levassem uma garota de 14 anos até a Delegacia de Limoeiro, no Agreste do Estado. Na unidade de polícia, os investigadores descobriram que, ao contrário do que ela vinha alegando, o pai da criança é o seu avô, um aposentado de 63 anos. Após a realização de exames sexológicos e psicológicos no Instituto de Medicina Legal (IML), a menina foi encaminhada ao Imip, onde passará por exames para interromper a gestação de dois meses.
O caso chocou os parentes e os moradores do Loteamento Santana, que souberam apenas na última quinta-feira que a garota vinha sendo violentada pelo parente. Ele foi preso no dia seguinte, mediante a expedição de um mandado de prisão temporária por estupro de vulnerável e está à disposição da Justiça na Penitenciária Ênio Pessoa Guerra, em Limoeiro.
A polícia investiga se as duas irmãs da garota, de 8 e 15 anos, também foram abusadas. “São três filhas de uma filha dele, de 33 anos. Elas não moravam na mesma casa dos avós e só saiam acompanhadas pelo pai, a mãe, a tia ou o avô, sempre de casa para a escola e para a igreja. As relações aconteciam quando a mãe das meninas ia para a igreja e ele ficava cuidando delas. A princípio a adolescente chegou com a história de que tinha sido estuprada por um desconhecido. A gente pressionou e ela confessou que foi o avô abusava sexualmente dela desde os 13 anos de idade”, destacou a delegada Aida Viana, titular da Delegacia de Limoeiro.
De acordo com a delegada, todos moram no mesmo bairro. “Ele confessou o crime quando foi ouvido aqui na delegacia. Disse que foi fraqueza. A esposa teve aqui, trouxe as coisas para ele levar para o presídio, mas estava revoltada, assim como a família.
A gente está investigando se as outras crianças também foram vítimas do avô. A prisão temporária dele vale por 30 dias. A menina está sendo avaliada por médicos do Imip para ver a possibilidade de aborto.
Há cerca de dois anos um caso semelhante gerou polêmica. Na ocasião, uma menina de 9 anos ficou grávida de gêmeos depois de ser estuprada pelo padrasto. O aborto foi condenado pelo então arcebispo de Olinda e do Recife, dom José Cardoso, que excomungou os médicos e a mãe da garota, que interrompeu a gravidez.
Por Priscilla Aguiar, de Grande Recife
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