O TEATRO EM VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
Nesta breve reconstituição do que foi o teatro na VITÓRIA, não podemos remontar a Santo Antão da Mata dos séculos XVII e XVIII, povoação, depois vila, insulada, sem vias de comunicação com a capital.
Cingiam-se os divertimentos dessa época, naturalmente, a danças familiares e aos folguedos populares do mamulengo, que não deixa de ser um teatro de bonecos; do cavalo marinho, do bumba-meu-boi, espetáculos ao ar livre, e a uma ou outra exibição de modestas companhias de cavalinhos.
Tudo faz crer date da segunda metade do século XIX a realização de espetáculos teatrais, em recintos fechados, na já então cidade da VITÓRIA.
A mais antiga referência é a fundação , em 1869, da “SOCIEDADE TEATRAL VITORIENSE”, cujos estatutos foram publicados em “O VITORIENSE” de 20 de novembro, a qual não poderia ser dissolvida “enquanto contasse com 15 sócios ativos”.
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| ANTÃO BORGES ALVES |
Talvez tenha sido ela responsável pelo chamado “TEATRO DO MAJOR MIGUEL”, que funcionou no prédio, já reformado, em que se encontrado o BANCO DO NORDESTE, à antiga RUA BARÃO DO RIO BRANCO (hoje PREFEITO JOÃO CLEOFAS DE OLIVEIRA). Tinha como principais animadores o MAJOR MIGUEL DOS ANJOS ÁLVARES DOS PRAZERES, o jornalista ANTÃO BORGES ALVES e o farmacêutico MANOEL MARIA DE HOLANDA CAVALCANTI.
Já então era a cidade visitada, periodicamente, por companhias Dramáticas, compostas de artistas profissionais, cujos programas incluíam sempre um drama, uma comédia, terminando a temporada com um número especial “em beneficio” do artista principal e mais aplaudido.
Relatam as antigas gazetas locais exibições de vários desses grupos dramáticos, dentre os quais registramos os do ator LIRA, em 1871; de MANOEL PINHEIRO e D. LEOPOLDINA, em 1878, e de D. ISOLINA MINELLI, em 1887.
RECREIO DRAMÁTICO FAMILIAR VICTORIENSE
A 27 de julho de 1889, é fundado o “RECREIO DRAMÁTICO FAMILIAR VICTORIENSE”, cujos baluartes foram ANTÔNIO FERNANDES PEIXOTO ROSAL, CAETANO BENTO DE ARAÚJO FIQUEIREDO, FANTINO VALOIS, JOAQUIM DE HOLANDA CAVALCANTI, JOSÉ D’ OLIVEIRA MACIEL REGO BARROS, SALOMÃO COSTA, ANTÔNIO TEIXEIRA MACHADO PEDROZO, HERMENEGILDO DE SÁ e alguns outros.
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| CAPITÃO ANTÔNIO DE MELLO VERÇOSA |
Era seu presidente o CAPITÃO ANTÔNIO DE MELLO VERÇOSA, que, às suas expensas, transformou um dos seus imóveis, à antiga RUA BARÃO DA ESCADA, em TEATRO, construindo nele, além do palco e salão principal, duas ordens de camarotes laterais, em madeira.
Esse prédio, que tinha o n° 29, ficou conhecido como “TEATRINHO” e a própria rua passou a ser chamada pelo povo “RUA DO TEATRO”. Posteriormente foi ocupado por outras sociedades, vindo a transformar-se, afinal, em casa comercial e depois demolida, para a tristeza dos que prezam a tradição e os monumentos que a documentam.
O RECREIO DRAMÁTICO FAMILIAR propunha-se realizar um espetáculo mensalmente, servindo os próprios sócios de atores e contratando, para desempenhar os papéis femininos, artistas profissionais, que vinham do RECIFE na véspera da exibição, para o ensaio final da peça a ser representada.
Movimentou-se até o ano de 1899, regularmente. Em 1906, tentaram, em vão, reanimá-lo. Foi essa a nossa mais expressiva demonstração de gosto e interesse pela arte teatral.
FONTE: LIVRO DE HISTÓRIA DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO-PE
DO PROFESSOR JOSÉ ARAGÃO
POSTADO POR JOHNNY RETAMERO
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