terça-feira, 30 de agosto de 2011

Furacão Irene afetará pouco economia dos EUA


Analistas afirmam que perdas geradas pela passagem do fenômeno pela costa leste devem ser inferior a US$ 10 bilhões

Valor Online


Os analistas concordam que a soma das perdas geradas pela passagem do furacão Irene pela costa leste dos EUA deve ser inferior a US$ 10 bilhões, o maior prejuízo causado por desastres meteorológicos este ano no país, porém apenas uma pequena fração da economia americana, de US$ 14 trilhões.

Para os analistas, o furacão não deverá ter impacto na economia geral dos EUA. Irene é o décimo desastre meteorológico deste ano a provocar um prejuízo de mais de US$ 1 bilhão nos EUA, segundo o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA, um número recorde em 30 anos de registro histórico.

E o ano ainda está longe de terminar, pois o auge da temporada de furacões no Atlântico está apenas na metade. Excluindo Irene, as catástrofes naturais deste ano já causaram cerca de US$ 18 bilhões em danos às propriedades com seguros, de acordo com o Instituto de Informação de Seguros.

Irene vai somar de US$ 3 bilhões a US$ 5 bilhões à conta, segundo Robert Hartwig, economista e presidente do instituto. Em um ano normal, as perdas no setor de seguros somam um total de US$ 15 bilhões a US$ 20 bilhões, segundo Robert Litan, um especialista da área e associado do Brookings Institution.

Regiões duramente afetadas, como a costa da Carolina do Norte, vão sofrer perdas com o turismo, além dos danos provocados pelo furacão. Porém, a economia nacional mal vai sentir o impacto de Irene. "Sem querer minimizar a dor e o sofrimento das pessoas afetadas, de uma perspectiva econômica, este foi um evento razoavelmente menor", disse Nariman Behravesh, economista-chefe do IHS.

O estímulo econômico do furacão será o dobro do custo de seus anos, disse Litan. Os esforços de construção devem fortalecer as áreas mais fortemente atingidas por Irene, segundo os analistas. A reconstrução de casas, consertos de carros e reparos das vias públicas e pontes devem ajudar a dar impulso às economias locais no final deste ano e início de 2012.

Contudo, os benefícios serão pequenos comparados com o tamanho da economia nacional, uma vez que os danos causados por Irene foram relativamente limitados. O IHS e a Moody's Analytics não antecipam ajustes nas previsões de crescimento dos EUA por causa do furacão.

Os esforços de reconstrução serão concentrados em áreas relativamente pequenas e em alguns setores, como construção. Litan sugere que isso pode gerar "um impulso de curto prazo para alguns trabalhadores e empresas de construção civil que estavam ociosos". Esse impulso econômico provavelmente vai ocorrer em estados como Vermont e New Hampshire. Suas economias são pequenas o suficiente para se beneficiarem com a liberação de recursos relacionados a desastres.

Nova York e Nova Jersey, ao contrário, são economicamente muito grandes para se beneficiarem muito, segundo Litan. Para a economia geral, a maioria dos economistas estima um aumento nas contratações temporárias e demissões. A economia americana provavelmente vai recuperar qualquer queda na produção ou no consumo no final do ano, segundo eles.

As perdas das seguradoras com a passagem de Irene também foram limitadas em parte porque a maior parte dos danos foi provocada por enchentes e tempestades, prejuízos que normalmente não são cobertos pelas apólices de seguros residenciais tradicionais.

Danos causados por ventanias normalmente são cobertos em apólices padrões, mas os ventos não foram fortes o suficiente para causar grandes danos estruturais, especialmente quando Irene alcançou Nova York, disse Rod Fox, executivo-chefe da TigerRisk Partnes.


Nenhum comentário: