No apagar das luzes ( pra não dizer nos pênaltis, que nos trás terríveis lembranças) saiu o acordo sobre o teto da dívida estadunidense. No entanto a falta de segurança quanto aos destinos da economia norte americana permanecem. Nem a notícia sobre a alta dos empregos feita ontem (5/8) nos livra desse mau agouro que seria um calote dos E.U.A, a maior economia do planeta.
É interessante nesse momento que entendamos um pouco como os E.U.A chegaram à potência econômica e como reagiram a um momento igualmente trágico na década de 1920.
Até a década de 20 a Europa, especialmente a Inglaterra, dominava o mercado de manufaturados industriais, no entanto a Primeira Guerra veio destruir quase que completamente o parque industrial europeu. As poucas indústrias que sobraram enfrentaram uma situação difícil com a falta de mercado consumidor e de estrutura.
Isso levou os E.U.A , já uma potencia industrial (e com seu território sem sofrer ataques) a assumir esse mercado com muito vigor . Além de produzir para todo o mundo os E.U.A ainda financiava a recuperação de muitos países, ou seja, o crescimento da economia estadunidense parecia não ter limites.
E era justamente isso que o governo queria, não impor limites ao mercado, nem a produção. Bem ao estilo laissez faire, laissez passer do capitalismo liberal de Adam Smith, ideologia bastante em moda nos E.U.A do começo do século XX.
ADAM SMITH
Isso acarretou que a Europa aos poucos se recupera e as exportações norte americanas passam a cair, para suprir a oferta de produtos o governo estimula o crédito, mas isso não é suficiente e varias empresas vão à lona, isso se reflete na bolsa e os E.U.A quebram, levando consigo grande parte dos países do mundo.
Isso provou um caos político em várias partes, na Europa por exemplo fortaleceu os partidos fascista na Itália ( que já estava no poder ) e no nazista na Alemanha. Aproveitando-se de uma época de incertezas, o povo passa a ter gostos indigestos. Para se recuperar o presidente Roosevelt adotou um plano baseado nas idéias de John Maynard Keynes que pregava a gradual presença do estado na economia, isso ajudou os E.U.A a se recuperarem, pegarem o bonde da Segunda Guerra, e dominarem completamente a economia mundial.
PRESIDENTE ROOSEVELT
Já a atual crise teve seu embrião no final dos anos 1990, quando a economia mundial estava a pleno vapor puxado pela produção em massa da China e seus preços baratos, e por outro lado o consumo estadunidense em alta constante. Isso levou o mercado imobiliário a apostar alto e vender indiscriminadamente, rolando dívidas a juros altíssimos de banco em banco, nos E.U.A, na Europa, na Ásia.
Quando veio o calote dos bancos que financiaram o mercado imobiliário, toda a cadeia financeira, dos E.U.A a Ásia, estava contaminada e foi um efeito dominó, derrubando todos e instalando o caos econômico no mundo. Isso aconteceu em 2008 mas ainda não acabou. Exemplos são a crise na Grécia só pra citar um caso mais recente, no entanto, economia mais importante está na agulha para também mergulhar no caos, a Itália, ai sim, a coisa vai ficar muito feia.
Mas pior mesmo é os E.U.A não pagarem suas dividas, isso levaria o mundo a uma recessão sem precedentes na história, desestabilizando governos ao redor do planeta, como acontece hoje na Grécia, veríamos cenas lamentáveis em vários países.
TEXTO DE NIELSON VARELA - CORRESPONDENTE DIRETO DO RECIFE-PE
É PROFESSOR DE HISTÓRIA - DA REDE MUNICIPAL DO CABO DE SANTO AGOSTINHO E DA REDE ESTUADUAL
ADAM SMITH |
PRESIDENTE ROOSEVELT |
É PROFESSOR DE HISTÓRIA - DA REDE MUNICIPAL DO CABO DE SANTO AGOSTINHO E DA REDE ESTUADUAL
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