sábado, 6 de agosto de 2011

MÃO NO TETO E CHÃO NO PÉ

No apagar das luzes ( pra não dizer nos pênaltis, que nos trás terríveis lembranças)  saiu o acordo sobre o teto da dívida estadunidense. No entanto a falta de segurança quanto aos destinos da economia norte americana permanecem. Nem a notícia sobre a alta dos empregos feita ontem (5/8) nos livra desse mau agouro que seria um calote dos E.U.A, a maior economia do planeta.

É interessante nesse momento que entendamos um pouco como os E.U.A chegaram à potência econômica e como reagiram a um momento igualmente trágico na década de 1920.

Até a década de 20 a Europa, especialmente a Inglaterra,  dominava o mercado de manufaturados industriais, no entanto a Primeira Guerra veio destruir quase que completamente  o parque industrial europeu. As poucas indústrias que sobraram enfrentaram uma situação difícil com a falta de mercado consumidor e de estrutura.

Isso levou os E.U.A , já uma potencia industrial  (e com seu território sem sofrer ataques) a assumir esse mercado com muito vigor . Além de produzir para todo o mundo os E.U.A ainda financiava a recuperação de muitos países, ou seja, o crescimento da economia estadunidense parecia não ter limites.

E era justamente isso que o governo queria, não impor limites ao mercado, nem a produção. Bem ao estilo laissez faire, laissez passer do capitalismo liberal de Adam Smith, ideologia bastante em moda nos E.U.A do começo do século XX. 
ADAM SMITH
Isso acarretou que a Europa aos poucos se recupera e as exportações norte americanas passam a cair, para suprir a oferta de produtos o governo estimula o crédito, mas isso não é suficiente e varias empresas vão à lona, isso se reflete na bolsa e os E.U.A quebram, levando consigo grande parte dos países do mundo.

Isso provou um caos político em várias partes, na Europa por exemplo fortaleceu os partidos fascista na Itália ( que já estava no poder ) e no nazista na Alemanha. Aproveitando-se de uma época de incertezas, o povo passa a ter gostos indigestos.
JOHN MAYNARD KEYNES
Para se recuperar o presidente Roosevelt adotou um plano baseado nas idéias de John Maynard Keynes que pregava a gradual presença do estado na economia, isso ajudou os E.U.A  a  se recuperarem,  pegarem o bonde da Segunda Guerra, e dominarem completamente a economia mundial.

PRESIDENTE ROOSEVELT
Já a atual crise teve seu embrião no final dos anos 1990, quando a economia mundial estava a pleno vapor puxado pela produção em massa da China e seus preços baratos, e por outro lado o consumo estadunidense em alta constante. Isso levou o mercado imobiliário a apostar alto e vender indiscriminadamente, rolando dívidas a juros altíssimos de banco em banco, nos E.U.A, na Europa, na Ásia.

Quando veio o calote dos bancos que financiaram o mercado imobiliário, toda a cadeia financeira, dos E.U.A  a  Ásia,  estava contaminada e foi um efeito dominó, derrubando todos e instalando o caos econômico no mundo.
Isso aconteceu em 2008 mas ainda não acabou. Exemplos são  a crise na Grécia só pra citar um caso mais recente, no entanto, economia mais importante está na agulha  para também mergulhar no caos, a Itália, ai sim, a coisa vai ficar muito feia.

Mas pior mesmo é os  E.U.A não pagarem suas dividas, isso  levaria o mundo a uma recessão sem precedentes na história, desestabilizando governos ao redor do planeta, como acontece hoje na Grécia, veríamos cenas lamentáveis em vários países.

Por isso os olhos do mundo estão  voltados para os parcos sinais de recuperação econômica dos E.U.A, pois isso significa que teremos horizontes menos turbulentos com o governo americano pagando sua dividas. 

TEXTO DE NIELSON VARELA - CORRESPONDENTE DIRETO DO RECIFE-PE


É PROFESSOR DE HISTÓRIA - DA REDE MUNICIPAL DO CABO DE SANTO AGOSTINHO E DA REDE ESTUADUAL

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