Do Jornal do Commercio
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Nesta
terça-feira (6), mais um passo será dado para tirar do papel o polêmico projeto
de construção de quatro viadutos sobre a Avenida Agamenon Magalhães, principal
corredor viário do Recife, na região central da cidade. Serão abertos os
envelopes com as propostas das empresas interessadas em executar as obras,
orçadas em R$ 132 milhões.
O
governo acredita que até o fim de abril o processo licitatório esteja
concluído. O cronograma, no entanto, depende de um ponto crucial: o pagamento
das indenizações. Para viabilizar os elevados, 31 imóveis terão que ser
desapropriados. A Secretaria das Cidades afirma que a negociação já começou e
está avançada. Mas proprietários de prédios que serão demolidos, ouvidos pela
reportagem, garantem que nenhuma conversa foi iniciada, sequer foram procurados
para discutir valores.
Do
dinheiro previsto para a construção dos viadutos, R$ 35 milhões serão
destinados apenas para o pagamento das indenizações. O secretário das Cidades,
Danilo Cabral, afirmou que o ambiente está favorável para a negociação.
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"Já
iniciamos entendimentos com alguns proprietários. Há casos em que a conversa já
está amarrada", garante Danilo Cabral, sem, contudo, informar os nomes das
empresas e donos de imóveis que estão em processo de acordo mais adiantado.
"Este não é o momento para falar em nomes, mas o ambiente é muito
positivo. Temos uma orientação do governador no sentido de levar a negociação
ao máximo do limite do poder público. Isso facilita na hora de definir os
valores", explicou o secretário.
Um
dos principais motivos para o atraso na entrega de obras públicas, as
desapropriações envolvem, no caso da construção dos quatro viadutos, grandes e
pequenos proprietários. Mas o secretário não teme que o impasse na definição
dos valores a serem pagos venha a ser um entrave para a construção dos
elevados. "O governo do Estado está criando uma estrutura própria dentro
da Procuradoria-Geral do Estado só para cuidar da questão das indenizações
envolvendo obras de grande porte. Isso, com certeza, vai ajudar a acelerar o
processo."
Entre
os imóveis que serão demolidos estão o Colégio Contato, na Rua Dom Bosco, e o
supermercado Bompreço, no Parque Amorim, ambos no bairro da Boa Vista. As
principais reclamações dos moradores são que o acesso às próprias casas seria
dificultado e que perderiam privacidade por causa da altura dos viadutos, que
passariam ao lado das janelas dos imóveis. "Não houve espaço para nenhum
tipo de negociação. Do ponto de vista técnico, o projeto é totalmente
questionável. Vamos brigar até o último momento para evitar que esses elevados
sejam construídos", afirma Lúcia Helena Barbosa, moradora da Rua Bandeira
Filho, onde será erguido um dos viadutos.
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