quinta-feira, 8 de março de 2012

HÁ 123 ANOS NASCIA O MAIOR ESCULTOR DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO



Antão Bibiano Silva, nasceu na cidade de Vitória de Santo Antão no Estado de Pernambuco aos 08 de março de 1889. Filho de José Francisco da Silva e de Josefa Paraguassú.

Desde cedo manifestou tendência artística, pois aos 8 anos já fazia peças – alguns santos e um Cristo – em madeira tralhada a canivete.

Por influência de seu padrinho Leobardo Carvalho, começou a desenhar e pintar, sendo uma de suas primeiras obras A Bandeira de Nossa Senhora de Vitória.



Um de seus primeiros trabalhos ainda bem jovem é o Leão Coroado que se encontra numa das praças de Vitória de Santo Antão. Sua verdadeira vocação era a escultura, embora gostasse muito de música, tendo preferência pelo violino, que tocava muito bem.



“Bem cedo se transferiu de Vitória de Santo Antão, incentivado por seu padrinho, para a cidade do Recife, e depois para o Rio de Janeiro”. Cursou a Escola Nacional de Belas Artes e foi aluno do grande professor Rodolfo Bernardelli. 

Impossível enumerar todos os trabalhos que se acham em Pernambuco, Paraíba, Rio grande do Norte, Alagoas, Rio de Janeiro. Em 1917, volta ao Recife e contrai matrimônio com D. Lygia Francisca da Silva, mulher muito bela e sua grande parceira na vida. Fixou residência a Rua do Lima – 130 Santo Amaro, onde nasceu sua única filha de nome Letícia.

Em 1922 por ocasião do Centenário da Independência para o qual concorreu obtendo o 4º lugar que lhe valeu o prêmio de 50 contos de réis, que lhe proporcionou uma estadia com a família no Rio de Janeiro por um ano, onde ficou cerca de um ano. No Rio tinha como fundidor de seus trabalhos Cavina – fundição da maioria de seus trabalhos – em São Paulo – o Zani.

De volta ao Recife, abre uma casa a Rua do Hospício, 71 onde tinha máquinas de cortar, polir mármore e onde fez inúmeros trabalhos para o Cemitério, desde simples pedras com dizeres ate túmulos suntuosos com trabalhos de arte, Em 1927 na chegada do Jaú – fez uma alegoria mostrando Netuno mandando uma onda para amparar o avião Jaú. 

Seu atelier tinha uma grande porta de vidro por onde as pessoas que passavam pela rua paravam para ver o artista trabalhando. A vida em termos de arte ia muito bem, e não faltava trabalho. O atelier bem decorado, com cortinas em veludo vermelho; móveis finos que mais tarde serviram para decorar a escola de Belas Artes de Pernambuco.

Nessa ocasião começaram a reunir-se intelectuais e artistas planejando a fundação de uma Escola de Arte a que hoje pertence à Universidade Federal. Eram: Bibiano Silva, Jayme Oliveira (arquiteto), Mário Nunes (pintor), Baltazar da Câmara (pintor), Heitor Maia Filho (arquiteto) e muitos outros. 

Dessas reuniões surgiu a Escola de Belas Artes de Pernambuco, da qual Bibiano foi um dos fundadores e primeiro diretor. Mas a Escola, obra de idealistas, não era federalizada e para conseguir foi o Bibiano para o Rio, pensando fosse tarefa fácil. Começaram as dificuldades e no Rio, não queria voltar sem a missão cumprida. 

Os anos foram passando e as dificuldades aumentando, enquanto isso a casa de negócios da Rua do Hospício foi naufragando na mão de pessoas inexperientes, até ser penhorada. Retiraram a mobília para a Escola de Belas Artes que já funcionava e o restante foi a penhora.

Esposa e filha ficaram em casa da família de Jayme Oliveira onde receberam excelente acolhida. Em 1935 viajaram ao Rio a fim de se juntarem ao chefe de família mas voltaram em 1936 quando a filha terminou um curso de professora na Escola Pinto Junior e voltaram para o Rio em 1937. A filha em 1938 entrou no Ministério da Agricultura, em 1941 casou.

Bibiano estava bem no Rio de Janeiro, em 1950 na comitiva do então Governador Barbosa Lima Sobrinho veio ao Recife que não via há mais de 15 anos. Ficou como professor da Escola então Industrial Agamenon Magalhães e da Escola de Artes da Universidade. Continuou com seus trabalhos que eram fundidos no Rio ou São Paulo Rebelato.

Bustos, baixo relevos, maquetes, plantas, monumentos, estavam num dossiê que Bibiano guardava em seu atelier na Escola de Belas Artes e que foi devastada pela cheia. Por isso é tão difícil reunir todos os trabalhos que ele fez. Foi reunido o máximo de informações possível através retratos e memória de várias pessoas.”

 Dados retirados do diário de sua filha Lectícia Silva Jácome

Um comentário:

Pedro Cesar disse...

talvez o maior do brasil!