Da Revista Escola
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No século 19, a oposição dos estados nortistas à
escravidão despertava furor entre os governantes sulistas. Repetidas vezes
estes ameaçaram retirar seus estados da União se seu direito de possuir
escravos fosse desrespeitado.
A secessão veio em 1860 e 1861, depois da eleição de
Abraham Lincoln para a presidência da República. Os recém-formados Estados
Confederados da América tinham 9 milhões de habitantes - dos quais 3,5 milhões
eram escravos -, enquanto a União reunia 22 milhões de habitantes. Quando veio
a guerra civil, o sul recusou-se a armar os negros para enfrentar os nortistas.
Por sua vez, o norte, depois de superar os preconceitos da oficialidade,
organizou batalhões de negros livres.
Derrotados no conflito, os sulistas decidiram impedir que
os ex-escravos exercessem seus direitos civis e políticos. Organizações
terroristas como a Ku Klux Klan, formada em 1866, semeavam o terror entre a
população negra. Ao mesmo tempo, juízes, prefeitos, chefes de polícia e
governadores atuavam em conjunto para impedir os negros de ter acesso ao voto e
conservá-los como socialmente inferiores.
Esse quadro vigorou até meados da década de 1960. Naquele
momento, porém, a repressiva sociedade sulista já havia recebido sérios golpes.
Em 1954, a Suprema Corte dos Estados Unidos declarou inconstitucional a
segregação racial nas escolas públicas. No ano seguinte, a ex-costureira Rosa
Parks recusou-se a sentar no lugar reservado aos negros em um ônibus de
Montgomery, no Alabama.
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Seu protesto desencadeou um movimento de boicote ao
transporte coletivo na cidade, no qual se destacou o jovem pastor batista
Martin Luther King. O movimento pelos direitos civis da população negra ganhava
as ruas das cidades do sul, apoiado por centenas de militantes vindos dos
estados nortistas.
Em 1962, o estudante negro James Meredith enfrentou as
autoridades universitárias, a brutalidade policial e o rancor dos colegas
brancos para afirmar seu direito de frequentar a Universidade do Mississipi. No
ano seguinte, foi realizada a Marcha sobre Washington, que exigiu a plenitude
de direitos civis para os afro-americanos.
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Os racistas reagiram ferozmente, espancando negros e
assassinando três militantes dos direitos civis - crime apresentado no filme
Mississipi em Chamas. Contudo, não conseguiram deter a mobilização crescente.
Ainda em 1964 foi promulgada a Lei dos Direitos Civis, complementada no ano
seguinte pela Lei dos Direitos de Voto: os negros dos Estados Unidos finalmente
alcançaram a cidadania.
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