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Ainda causa
repercussão no meio acadêmico o envio do ofício 47/2012, do prefeito de
Petrolina, no Sertão de Pernambuco, Júlio Lóssio, para o ministro da Educação,
Aloízio Mercadante, solicitando a exclusão do ENEM como única forma de admissão
à Universidade Federal do Vale do São Francisco.
No texto do
documento, o prefeito cita que “com o ENEM, o acesso dos jovens nativos do
semi-árido está cedendo as vagas da Univasf para estudantes do Centro-Sul... A
nossa Univasf ocupa o espaço mais frágil do Brasil, sertão de Pernambuco,
sertão da Bahia e confins do Piauí. Os nossos jovens talentosos não podem
perder a oportunidade de sucesso. O ENEM não cabe entre nós”.
Para o
reitor da instituição – que tem campus em Petrolina, Juazeiro (BA), Senhor do
Bonfim (BA) e São Raimundo Nonato (PI) - Julianeli Tolentino, o prefeito, assim
como qualquer cidadão, tem o direito de se comunicar com os ministérios e
apresentar suas demandas e sugestões, no entanto ele acredita que o caminho
mais natural teria sido o envio do material para o Conselho Universitário.
“O Conselho
é a instância maior de discussão dentro da universidade, onde estão os
representantes dos professores através dos colegiados, dos técnicos
administrativos e dos alunos. Claro que a Univasf foi implantada com o objetivo
maior de facilitar o acesso à educação de nível superior para os estudantes
aqui da região, mas não podemos nos fechar para as demais áreas”, pontua o
reitor.
“Outro
detalhe importante e que tem que ser visto é que nossos estudantes não são coitadinhos,
menos importantes ou com nível intelectual inferior a qualquer outra pessoa de
outras regiões do país. Pelo contrário, temos grandes talentos que não precisam
ser tachados de coitados ou ter facilidades para adentrar em uma universidade”,
reforça.
De acordo
com o reitor, dados da instituição mostram que dos ingressantes em 2011, 96%
são da região Nordeste. “A cada ano o Conselho Universitário discute a forma de
ingresso de um candidato na instituição. Pode ser que o Conselho venha a
decidir por outra opção. Mas hoje o ENEM é tendência.
Tecnicamente
falando e levando em conta o princípio da economicidade, é o processo mais
viável. Seria interessante que houvesse investimentos dos governos nas
educações de nível fundamental e médio, porque isso daria muito mais base para
que os estudantes tenham mais condições de concorrer com alunos de outras áreas
do país e, portanto, ter uma forma justa de ingresso na universidade”, destaca
Julianeli Tolentino.
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