Da AFP
imagem: exame.abril.com.br |
O número de pessoas com demência deve praticamente dobrar
para 65,7 milhões em 2030 com o envelhecimento da população mundial, de acordo
com relatório da Organização Mundial de Saúde publicado na última quarta-feira
(11). Em 2050 o número de doentes pode ser 3 vezes maior que o atual, em 35,6
milhões, informou a organização da ONU.
O relatório divulgado pela OMS e pela Alzheimer's Disease
International estima que o custo do tratamento e dos cuidados médicos para
pessoas com essa condição é de 604 bilhões de dólares por ano. A demência é
causada por uma variedade de doenças no cérebro que afetam a memória, o
pensamento, o comportamento e a habilidade de realizar atividades cotidianas.
O Alzheimer é a causa mais comum da demência e
corresponde a cerca de 70% dos casos. Mais da metade dos doentes (58%) vivem em
países de renda média e baixa, mas esse número pode aumentar para 70% em 2050. O relatório informou que seriam necessários diagnósticos
muito mais eficazes, já que, até mesmo em países ricos, apenas de 20% a 50% de
casos de demência são rotineiramente reconhecidos.
"Uma vez que a prevalência da doença vai explodir
neste século porque todos vamos viver mais - o risco de demência é de 1 em cada
8 para aqueles com mais de 65 e uma proporção assustadora de 1 em 2,5 para os
maiores de 85 - seu impacto vai se tornar maior ao longo das décadas," de
acordo com Shekhar Saxena, chefe do departamento de saúde mental da OMS.
"Precisamos aumentar nossa capacidade de detectar a
demência precocemente para oferecer as condições sociais e de saúde
necessárias," disse Oleg Chestnov, diretor geral assistente de Doenças Não
Transmissíveis e Doença Mental da OMS.
"Muito pode ser feito para reduzir o problema da
demência. Os profissionais de saúde, com frequência, não são treinados
adequadamente para reconhecer a demência."
Apenas oito países em todo o mundo - Austrália,
Grã-Bretanha, Dinamarca, França, Japão, Coreia do Sul, Holanda e Noruega -
atualmente têm programas nacionais para a demência, de acordo com o relatório
"Demência: uma prioridade da saúde pública".
Alemanha e Suécia estabeleceram listas de recomendações. O
estudo também destaca um falta de informação e conhecimento geral sobre a
doença, que alimenta o estigma e leva as pessoas, às vezes, a adiar a busca por
apoio.
"Agora é vital enfrentar os baixos níveis de
conscientização e entendimento públicos e reduzir drasticamente o estigma
associado com a demência. Precisamos agir, precisamos deter essa epidemia",
disse Marc Wortmann, diretor executivo da Alzheimer's Disease International.
Neste relatório, a OMS recomenda que as autoridades
procurem minimizar o estigma que tem sido, há muito tempo, associado à demência
e melhorar os cuidados gerais para as vítimas, junto com o apoio para os
enfermeiros. Não é possível atualmente tratar a demência, mas o avanço da
doença em alguns casos pode ser desacelerado.
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