Da Agência Brasil
imagem: conasss.com.br |
Com total de 430 peças de arte sacra, das quais 80%
oriundas da Igreja Matriz de Santo Antônio, construção histórica de meados do
século 18, a cidade mineira de Tiradentes inaugura neste sábado (14), às 17
horas, o primeiro museu litúrgico da América Latina. A obra recebeu apoio
financeiro não-reembolsável do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), no montante de R$ 10,6 milhões.
Um museu litúrgico não se restringe à exibição de peças
de arte sacra, mas abriga também outros objetos, como prataria, mobiliário e
vestuário ligados à liturgia religiosa, no caso do museu de Tiradentes, da
católica. A iniciativa será festejada com a comunidade na noite
desta sexta-feira (13), com uma missa de ação de graças, revelou à Agência
Brasil o padre Ademir Sebastião Longatti, pároco local, que cedeu a antiga casa
paroquial do século 18 para abrigar o museu. Uma outra edificação foi erguida
pelo BNDES a 50 metros do local, em substituição à casa paroquial. Foi cedido
também o acervo, pelo prazo mínimo de 50 anos.
Do total das peças sacras, 325 ficarão expostas ao
público de terça-feira a domingo, das 10 horas às 17 horas. Segundo Longatti, a
principal peça é uma Custódia, datada do século 18, em prata trabalhada, onde é
exposto o Santíssimo Sacramento nas procissões anuais da Ressurreição e de
Corpus Christi e nas bênçãos do Santíssimo na matriz.
Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan), Tiradentes foi incluída pelo Ministério do Turismo entre os
65 principais destinos turísticos brasileiros. Decidido a apoiar projetos de
incentivo ao turismo local, o BNDES enviou representantes ao município em maio
de 2009, que receberam do padre Longatti o pedido de patrocínio para a criação
do museu litúrgico. Foi criado, então, um grupo de trabalho que vem tocando o
projeto há dois anos.
A partir da próxima segunda-feira (16), será formado um
conselho, integrado por membros da comunidade, do Iphan, da igreja e por
pessoas de notório saber, que se encarregarão de captar recursos adicionais
para a manutenção do museu por meio da Lei Rouanet. “A bilheteria não sustenta
nem 30% das despesas”, destacou o pároco. Os ingressos custarão R$ 5, mas
crianças, idosos e moradores do município tem entrada franca.
De acordo com informação da assessoria de imprensa do BNDES, a
instituição já destinou, desde 2007, R$ 200 milhões para projetos de
preservação do patrimônio histórico e arqueológico nacional. Somente em Minas
Gerais, o Banco apoiou 17 monumentos, totalizando R$ 42 milhões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário