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A
história de um palhaço que divide seu afeto entre as gargalhadas do público e a
melancolia de seus próprios dramas existenciais será transportada dos
picadeiros montados no interior do Brasil para as mais luxuosas salas de
exibição dos Estados Unidos. O palhaço, longa dirigido e estrelado por Selton
Mello, foi a trama escolhida pela Secretaria do Audiovisual para representar o
país na disputa pelo Oscar em 2013. A escolha do órgão, que é ligado ao
Ministério da Cultura, foi anunciada no começo da tarde desta quinta-feira, 20.
Os
questionamentos levantados pela delicada relação entre os bufões Puro Sangue e
Pangaré, que são pai e filho fora do espetáculo, funcionam como mote da trama e
podem atrair atenção de parte dos membros da Academy of Motion Picture Arts and
Sciences antes mesmo das exibições. Afinal, a tragicidade revestida de lirismo
do filme remete a Central do Brasil (1998), de Walter Salles, que concorreu nas
categorias Melhor filme estrangeiro e Melhor atriz no grande prêmio do cinema
americano. Do mesmo modo, a performance de Paulo José como palhaço veterano no
mais recente indicado também se aproxima da relevância que garantiu a Fernanda
Montenegro uma indicação pessoal por Central.
Com
1,5 milhão de espectadores em todo o país, O palhaço está apenas no começo do
caminho da estatueta dourada. Se chegar à lista dos indicados, que será
divulgada em 10 de janeiro, o longa passa a integrar a lista dos brasileiros
que conseguiram entrar na disputa — mas não levaram o prêmio — ao lado de
Central do Brasil, O que é isso, companheiro? (1997), O quatrilho (1995) e O
pagador de promessas (1962). A cerimônia de premiação acontece em 24 de
fevereiro de 2013.

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