terça-feira, 6 de novembro de 2012

Estiagem pode matar 800 mil animais em Pernambuco


Publicado no Diário Oficial do Estado (D.O.E.) em 06/11/2012.

Os efeitos da estiagem podem matar 800 mil animais no Estado. A informação foi repassada, ontem, pelo secretário de Agricultura e Reforma Agrária, Ranílson Ramos - que também coordena o Comitê Integrado de Convivência com o Semiárido -, durante o Grande Expediente Especial. O evento foi solicitado, conjuntamente, pelo líder do Governo na Casa, deputado Waldemar Borges (PSB), e pelo presidente da Comissão Especial de Acompanhamento da Seca da Assembleia Legislativa, deputado Raimundo Pimentel (PSB). O objetivo é avaliar as ações da Operação Seca, coordenada pelos Governos Estadual e Federal. “Estamos acompanhando de perto a dimensão do problema”, enfatizou Pimentel.

Segundo Ramos, esta é considerada a pior seca dos últimos 50 anos. “Mesmo depois das chuvas, o rebanho bovino, caprino e ovino levará tempo para se recuperar”, observou, registrando que, em algumas áreas do Sertão, é difícil encontrar alguns tipos de animais. “Atualmente, em Pernambuco, não há mil produtores com mais de 500 cabeças de gado”, enfatizou. Antes da seca, o rebanho bovino era de 2,5 milhões de animais.

O secretário também traçou um panorama e destacou iniciativas da Operação Seca relacionadas à assistência à população e ao rebanho, e às obras emergências e estruturadoras. Foram citados exemplos como a linha de crédito emergencial do Banco do Nordeste; subsídio ao milho; perfuração, instalação e manutenção de poços artesianos; e programas como o Garantia Safra e o Bolsa Estiagem - do Governo Federal -, e o Chapéu de Palha Estiagem, do Governo do Estado. Em Pernambuco, 122 municípios estão em situação de emergência, e 220 mil famílias foram afetadas pela seca.



“Por mais que se tenha notícia da gravidade dos fatos, quando se presencia in loco a situação, o impacto é maior”, observou Borges, referindo-se a um sobrevoo feito nas áreas atingidas, na semana passada, com o governador Eduardo Campos (PSB). O parlamentar também ressaltou a quase extinção do rebanho e a desestruturação da agricultura local. Ainda se pronunciaram a relatora da Comissão Especial, deputada Isabel Cristina (PT); e os deputados, Augusto César (PTB), Rodrigo Novaes (PSD), Manoel Santos (PT) e Aluísio Lessa (PSB).

Isabel apresentou um relatório parcial da situação e “defendeu a construção de barragens e de adutoras ramificadas”. “A perfuração de poços e as adutoras são uma alternativa”, apontou Augusto César. Para Novaes, “é fundamental investir na capacidade de armazenar água, no Sertão”. Ele sugeriu a permanência do Comitê, independentemente da chegadas das chuvas.

“É preciso que as ações sejam contínuas”, registrou Santos. Lessa apelou "para que os prefeitos suspendam eventos festivos e direcionem as verbas para minimizar os efeitos da seca".



Outras autoridades como o secretário estadual de Recursos Hídricos e Energéticos, José Almir Cirilo; e o presidente da Agência Pernambucana de Água e Clima, Marcelo Asfora, também participaram. Cirilo comentou a complexidade do quadro e registrou investimentos do Executivo Estadual. “As consequências são cumulativas, o fato de as chuvas ocorrerem não significa o alívio imediato dos prejuízos”, lamentou.

Portal da Alepe

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