Os efeitos da estiagem podem
matar 800 mil animais no Estado. A informação foi repassada, ontem, pelo
secretário de Agricultura e Reforma Agrária, Ranílson Ramos - que também
coordena o Comitê Integrado de Convivência com o Semiárido -, durante o Grande Expediente
Especial. O evento foi solicitado, conjuntamente, pelo líder do Governo na
Casa, deputado Waldemar Borges (PSB), e pelo presidente da Comissão Especial de
Acompanhamento da Seca da Assembleia Legislativa, deputado Raimundo Pimentel
(PSB). O objetivo é avaliar as ações da Operação Seca, coordenada pelos
Governos Estadual e Federal. “Estamos acompanhando de perto a dimensão do
problema”, enfatizou Pimentel.
Segundo Ramos, esta é considerada
a pior seca dos últimos 50 anos. “Mesmo depois das chuvas, o rebanho bovino,
caprino e ovino levará tempo para se recuperar”, observou, registrando que, em
algumas áreas do Sertão, é difícil encontrar alguns tipos de animais.
“Atualmente, em Pernambuco, não há mil produtores com mais de 500 cabeças de
gado”, enfatizou. Antes da seca, o rebanho bovino era de 2,5 milhões de
animais.
O secretário também traçou um
panorama e destacou iniciativas da Operação Seca relacionadas à assistência à
população e ao rebanho, e às obras emergências e estruturadoras. Foram citados
exemplos como a linha de crédito emergencial do Banco do Nordeste; subsídio ao
milho; perfuração, instalação e manutenção de poços artesianos; e programas
como o Garantia Safra e o Bolsa Estiagem - do Governo Federal -, e o Chapéu de
Palha Estiagem, do Governo do Estado. Em Pernambuco, 122 municípios estão em
situação de emergência, e 220 mil famílias foram afetadas pela seca.
“Por mais que se tenha notícia da
gravidade dos fatos, quando se presencia in loco a situação, o impacto é
maior”, observou Borges, referindo-se a um sobrevoo feito nas áreas atingidas,
na semana passada, com o governador Eduardo Campos (PSB). O parlamentar também
ressaltou a quase extinção do rebanho e a desestruturação da agricultura local.
Ainda se pronunciaram a relatora da Comissão Especial, deputada Isabel Cristina
(PT); e os deputados, Augusto César (PTB), Rodrigo Novaes (PSD), Manoel Santos
(PT) e Aluísio Lessa (PSB).
Isabel apresentou um relatório
parcial da situação e “defendeu a construção de barragens e de adutoras ramificadas”.
“A perfuração de poços e as adutoras são uma alternativa”, apontou Augusto
César. Para Novaes, “é fundamental investir na capacidade de armazenar água, no
Sertão”. Ele sugeriu a permanência do Comitê, independentemente da chegadas das
chuvas.
“É preciso que as ações sejam
contínuas”, registrou Santos. Lessa apelou "para que os prefeitos
suspendam eventos festivos e direcionem as verbas para minimizar os efeitos da
seca".
Outras autoridades como o
secretário estadual de Recursos Hídricos e Energéticos, José Almir Cirilo; e o
presidente da Agência Pernambucana de Água e Clima, Marcelo Asfora, também
participaram. Cirilo comentou a complexidade do quadro e registrou
investimentos do Executivo Estadual. “As consequências são cumulativas, o fato
de as chuvas ocorrerem não significa o alívio imediato dos prejuízos”,
lamentou.
Portal da Alepe
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