Ass. Comunicação do Sesc/Cortesia
Enfeite tem sua origem no século 13, na Itália
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A comemoração do Natal sempre
traz consigo muitas tradições que enchem o período de reflexões e significados.
Muitos desses rituais permanecem, apesar do tempo e da modernidade,
principalmente para as pessoas do Interior, que ainda têm muito forte o sentido
da religiosidade da festa. Um dos ícones que se perpetuam em tradições
familiares é a montagem de presépios. O cenário que retrata o nascimento do
menino Jesus, em Belém, é motivo de destaque nas comemorações de natalinas de
pessoas do Agreste e Sertão.
Aos 75 anos e com o coração em
alegria para o Natal. Este é Jurandir Bernardino Lucas, morador de Belo Jardim.
Ele tem uma verdadeira relação de amor e devoção com a montagem de presépios
desde que era criança. “Quando chegava na igreja e via o presépio lá, gostava
muito. Aí, me dediquei a fazer os primeiros na minha casa. Noivei, casei e
compartilho com minha mulher essa alegria”, contou. Na fase adulta, Seu
Jurandir já preparou três cenários que copiam o nascimento de Cristo. O
primeiro se tornou pequeno e foi doado para uma amiga da família. O segundo, um
pouco maior, também acabou sendo doado para que um terceiro, bem maior , fosse
adquirido. Este último presépio já tem mais de 30 anos, e ainda encanta quem
passa pela rua.
A admiração pela cena que
representa Maria e José com o menino Deus no momento do nascimento também leva
várias alunas todos anos a procurar o artesão Jeancarlos Morins, em Triunfo. “É
uma tradição que não se perde. Todos os anos a turma se forma espontaneamente
nessa época”, explicou ele. A maioria dos interessados são donas de casa
católicas. As peças confeccionadas acabaram ganhando uma exposição na cidade,
promovida pelo Sesc, no espaço Fábrica de Criação Popular, na praça da
Bandeira. A mostra segue até o dia 6 de janeiro.
A tradição dos presépios é bem
antiga na história do mundo. Segundo o historiador José Urbano, eles surgiram
em 1223, na Itália, e foram criados por São Francisco de Assis. O objetivo era
recriar o texto de Lucas, capítulo 2. O trecho bíblico narra desde o
recenseamento proposto pelo imperador romano Cesar Augusto, motivo pelo qual
começou a jornada de José e Maria grávida.
Renata Coutinho, da Folha de
Pernambuco
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