sábado, 5 de janeiro de 2013

Do supermercado aos imóveis, solteiros são a "bola da vez"


A construtora Dallas, dirigida por Sérgio Arruda, nasceu com a proposta de ser home service. Apartamentos de um quarto custam a partir de R$ 135 mil
Nem só de diversão vive o solteiro. Além da vida social, esse potencial consumidor tem que cuidar também das obrigações da casa. O setor alimentício já captou essas demandas e, hoje, oferece linhas especialmente voltadas para esse público. O gerente de departamento de economia e estatística da Associação Brasileira da Indústria Alimentícia (ABIA), Dênis Ribeiro, analisa que o conceito de vida urbana provocou uma verdadeira mudança social, fator que influenciou diretamente o modo de vida das pessoas e a forma de atuação da indústria alimentícia.

“Nos grandes centros, a ocupação do tempo no trabalho é maior. O solteiro que pertence à classe média e tem uma faixa etária que varia desde o universitário, com seus 20 anos, até os 50 anos, passou a se alimentar fora de casa e apenas complementar a refeição ao voltar do trabalho. Foi pensando nisso que a indústria da alimentação pensou nas embalagens menores, feitas sob medida para porções individuais”, explica Dênis.

O gerente de marketing da Brasil Foods (BRF), Marcelo Assaf, ressalta alguns dos produtos criados no sentido de se alinhar às necessidades dos consumidores solteiros, como a lasanha individual da Sadia. “O Hot Pocket, da Sadia, é de consumo individual e foi pensado para jovens. Mas há no mercado, também, uma linha de massas prontas, também em porção individual, como o Meu Menu, da Perdigão. Os solteiros que prezam pela praticidade também têm o Sanduba Perdigão, que são hambúrgueres congelados”, exemplifica Assaf.

A comodidade dos pratos prontos congelados atraiu o consumidor. A preferência pode ser traduzida em números: segundos dados Nielsen, esse mercado cresceu 18% em 2011, sendo a lasanha o principal segmento, representando 80% da categoria. A consultora de varejo da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Fátima Merlin, defende que, apesar de as ações por parte do varejo ou da indústria ainda serem tímidas, o setor supermercadista faturou em 2011 R$ 224 bilhões. “Hoje, no Brasil, os lares unipessoais já atingem o número de 5,6 milhões, de acordo com o IBGE. Um mercado em franco crescimento, mas bem peculiar, com necessidades distintas”, completa.

O setor imobiliário é outro que não tira os olhos deste nicho. A Construtora Dallas, por exemplo, nasceu voltada para o home service. E é esse mercado que atende à nova preferência das pessoas que moram sozinhas: um ambiente menor, mas capaz de abarcar as principais necessidades . “Percebemos que os solteiros deixaram de lado a preferência pelo prédio mais antigo - que tem um apartamento maior, mas que é carente de áreas de lazer - e estão buscando cada vez mais o conforto de um espaço menor, mas com todo o aparato de serviços”, pondera o diretor da Construtora Dallas, Sérgio Arruda.  


Na Dallas, imóveis que têm um quarto variam de 22 a 40 metros quadrados e são vendidos a partir de R$ 135 mil. Já os que têm dois quartos podem ter de 45 a 55 metros quadrados a um preço de R$ 250 mil. Sérgio garante que, nesse caso, tamanho não é documento. “A maior exigência do nosso cliente é a localização. Nosso foco é investir justamente nesse ponto, então oferecemos imóveis que ficam perto de pontos estratégicos, como shoppings, praia e aeroporto. Outra grande prioridade é o serviço: academias, lavanderias e piscina têm espaço garantido.”

E não só moradores têm aproveitado o imóvel. Segundo Sérgio, 90% dos clientes da Dallas são investidores que alugam imóveis. Os que têm um quarto são alugados por uma faixa que varia entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil. Já os que têm dois quartos variam entre R$ 2mil e R$ 2,5 mil.

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