O
sanfoneiro José Domingo Moraes, de 72 anos, mais conhecido como Dominguinhos,
está em coma irreversível e não deve mais acordar.
A informação foi repassada
por um cantor amigo do artista, que preferiu não se identificar, na manhã desta
sexta-feira (15) e confirmada pelo filho do cantor Mauro Moraes em uma
entrevista à rádio local. Desde o início do internamento até hoje, Dominguinhos
já sofreu oito paradas cardíacas, ficando uma das vezes até cinco minutos sem
circulação sanguínea, informou esse amigo.
“A
situação é grave.
Ele está há quase três meses sem acordar. As notícias não são
nada boas”, explicou. De acordo com ele, o artista enfrenta complicações não só
pulmonares, como foi divulgado no início de sua internação, mas também no
coração, rins e ainda diabetes. O
Hospital Sírio-Libanês,em São Paulo, onde o sanfoneiro está internado desde o
dia 13 de janeiro, não confirmou as informações.
Antes
de passar pelo Sírio-Libanês, Dominguinhos foi internado no Recife, no dia 17
de dezembro, com um quadro de pneumonia. "Desde que deu entrada no
hospital, ele foi entubado e não acordou ainda. O quadro dele melhorou quando
ele chegou ao Sírio-Libanês. Tirou marcapasso e cessaram a hemodiálise, os rins
já funcionam normalmente", explicou Mauro. De acordo com Moraes, ele recebeu
a notícia a mais ou menos 15 dias e achou que deveria contar agora porque o pai
é muito querido em todo o Brasil.
Natural
de Garanhuns, no agreste pernambucano, Dominguinhos teve seu primeiro contato
com a sanfona quando ainda tinha 13 anos. Ao longo da carreira, recebeu
influências dos mais variados estilos musicais, da bossa-nova ao jazz, dando ao
seu repertório um amplo e variado leque. Em 1965, recebe de Pedro Sertanejo o
convite para gravar um LP direcionado aos nordestinos que viviam no Sul do
País.
O
artista é conhecido pelo medo de viajar de avião. Apesar disso, Dominguinhos
ganhou o mundo. Acompanhou Gal Costa na França e na Índia. Com Gilberto Gil,
trabalhou mais de um ano. Ao lado do amigo baiano, Dominguinhos gravou “Eu só
quero um xodó”, que já ganhou mais de 250 regravações, em vários idiomas.
Juntos, compuseram ainda “Lamento Sertanejo”.
Ao
todo, José Domingos de Moraes lançou mais de 40 discos, entre CDs e LPs, em
toda a carreira. Em 2002, venceu o Grammy Latino com o CD “Chegando de
Mansinho” e, em 2007, concorreu novamente ao prêmio, na categoria melhor disco
regional. Um ano depois, foi o grande homenageado do Prêmio Tim de Música
Brasileira.
Em
2010, conquista outro importante prêmio: Shell de Música. Com o parceiro Nando
Cordel, lançou os sucessos “Isso Aqui Tá Bom Demais”, “De Volta Pro Aconchego”.
É autor também de canções como “Pedras que Cantam”, na parceria com Fausto
Nilo, “Retrato da Vida”, com Djavan e “Tenho Sede”, de coautoria com Anastácia.
O último trabalho de Seu Domingos foi o instrumental “Iluminado”, lançado em
2010.
Do
FolhaPE
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