Mudanças existem, mas são tímidas
Ao completar, hoje, os primeiros
100 dias de gestão no Recife, o prefeito Geraldo Júlio (PSB) inicia as obras do
Hospital da Mulher, o maior projeto da sua gestão, ao custo de R$ 58 milhões.
Sem a liberação de emendas federais, onde foram alocados R$ 35 milhões, a
unidade de saúde sai do papel com dinheiro municipal.
Para o start, Geraldo conta com
R$ 5 milhões de poupança interna. Não é muito, mas sinaliza uma decisão
política. Seu andamento dependerá, a partir de agora, da boa vontade da União e
é sabido que as relações do governador Eduardo Campos, patrono da candidatura
vitoriosa de Geraldo, com o Governo Federal, estão abaladas.
Neste sentido, a bancada federal
terá um papel decisivo. As emendas foram apresentadas com o aval dos deputados
e senadores, que em sua grande maioria integra a base de sustentação do Governo
Dilma no Congresso.
Em 100 dias, Geraldo imprimiu um
ritmo diferente ao Recife. Vindo de uma gestão petista desastrosa de 12 anos,
entre os quais quatro marcados por uma crise sem precedentes (era João da
Costa), Recife estava mergulhada no caos.
Em 100 dias não dá para fazer
muito, é verdade, mas não se pode negar que a cidade está mais limpa, houve
intervenções em mercados bagunçados, como o de Afogados, a limpeza de canais,
como o do Arruda e a humanização do centro e bairros da Zona Norte com a
criação de ciclofaixas para um relaxe de bicicleta, que vem fazendo o maior
sucesso.
O grande desafio do prefeito esbarra na mobilidade urbana. Recife continua
travada, um trânsito insuportável e a população descrente de que os
engarrafamentos serão banidos, vias alternativas viabilizadas e a construção de
um novo modelo de transportes urbanos, que passe pela ampliação do sistema
integrado do metrô com o ônibus.
SEM COMEMORAÇÃO– Na Região Metropolitana, a população não tem muito
que comemorar nos primeiros 100 dias de gestão dos seus prefeitos. Em Paulista,
Júnior Matuto (PSB) não disse ainda a que veio e, para completar, enfrenta uma
greve de servidores na área de Educação. Em Olinda, Renildo Calheiros continua
prefeito fantasma e em Jaboatão o tucano Elias Gomes parece que não consegue
superar a grave crise, que paralisou obras e investimentos no município.
Contratos mal-assombrados
Em Sertânia, o prefeito tucano Guga
Lins comemora 100 dias de gestão colhendo tempestades.
Repercutiu muito mal os
contratos milionários que celebrou com empresas de Arcoverde e Afogados da
Ingazeira, deixando de fora comerciantes e empresários que investem e geram
impostos no município.
Saia justa - O prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT), passou por
uma saia justa com a iniciativa de abrir o seu gabinete para uma audiência
formal da deputada Raquel Lyra, filha do vice-governador João Lyra Neto, com
quem não se bica. A parlamentar se colocou à disposição para trabalhar em favor
do município, mas Queiroz não se animou muito. Ele prepara o nome da secretária
Louise Caroline, do PT, para disputar um mandato na Alepe.
Pernas quebradas - A saída do empresário Joesley Batista, do PSB
para o PMDB, ainda está gerando a maior repercussão na mídia nacional. Um dos
empresários mais bem-sucedidos do País, dono do abatedouro Friboi, estava
cotado para disputar o Governo de Goiás pela legenda socialista. O ricaço foi
atraído pelo PMDB por uma manobra do ex-presidente Lula.
Labanca comemora
O prefeito de São Lourenço, Ettore Labanca
(PSB), tem um grande motivo para comemorar os 100 primeiros dias do seu segundo
mandato: a entrega da Arena da Copa no próximo domingo, uma obra que, segundo
ele, chega para mudar o perfil da cidade e a economia do município.
Não será
ainda a inauguração oficial, que, em breve, terá um grande ato com a presença
de Dilma.
CURTAS
PROTESTO – Sem razões aparentes, a CEF paralisou a construção de um
conjunto habitacional com 154 casas desde 2010 em Santa Maria da Boa Vista, no
São Francisco. Por isso mesmo, os sem tetos promoveram, hoje, um grande ato para
protestar contra o descaso e a insensibilidade da Caixa.
TRANSPOSIÇÃO– O senador Humberto Costa, que coordenou uma missão
parlamentar às obras da Transposição do São Francisco, levou, ontem (10), um grupo
de prefeitos pernambucanos para uma audiência com o ministro da Integração,
Fernando Bezerra Coelho, que faz gestões no sentido de impulsionar a obra.
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