Com o perfil de Ranilson
A ida do secretário Ranilson
Ramos (Agricultura) para o Tribunal de Contas, antecipada por este blog com
exclusividade, levará o governador Eduardo Campos a mexer num setor que vem
dando certo em seu governo.
Apesar dos números dramáticos
provocados pela seca, que já dizimou metade do rebanho bovino, Ranilson é o
tipo do auxiliar que não se deixa vencer pelas adversidades.
Está presente no campo o tempo
todo, criando alternativas, dando assistência permanente aos criadores e
agricultores do semiárido e buscando, quando necessário, o auxílio de Brasília.
Entregar uma pasta complexa como
a Agricultura a alguém que não é do ramo ou transformar o cargo numa barganha
política seria um suicídio.
E o governador sabe disso. A
revista Veja desta semana, por exemplo, aponta que uma pesquisa da Universidade
de São Paulo identificou que 50% das propriedades rurais do Sertão e Agreste
dependem de carro-pipa para conseguir água.
E 17% delas fecharam as porteiras
por causa da longa estiagem, a maior dos últimos 50 anos. Quanto ao rebanho
bovino, estimado em 2,1 milhões de cabeças de gado, 200 mil morreram, 300 mil
foram transferidas para outras regiões e 500 mil abatidas precocemente.
Com isso, a produção de leite
caiu de 2,4 milhões para 600 mil litros por dia. Estamos diante, portanto, da
maior tragédia que o Estado vive e o Governo não pode brincar com pólvora.
O substituto de Ranilson, que se
transformou na grande surpresa para o meio agrícola, agradando do pequeno ao
grande produtor ou pecuarista, tem que ter o mesmo perfil dele, a mesma
disponibilidade para viajar, a mesma capacidade de trabalho.
E, de preferência, que não seja
político, porque a pasta já serviu – e muito – para cabide eleitoral e
trampolim político.
VAI PEGAR FOGO!– A longa estiagem que se abate no Nordeste será a
principal pauta da reunião da Sudene, amanhã, em Fortaleza, com a presença da
presidente Dilma. O ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho, deve fazer
um balanço do que já foi e vem sendo investido nos municípios que decretaram
estado de emergência ou calamidade. Os governadores, entretanto, querem mais,
como o perdão da dívida dos agricultores e pecuaristas.
O equilibrista
A revista IstoÉ que está nas bancas traz uma longa
reportagem sobre a crise no PSDB provocada pelo ex-governador José Serra, que
tem alimentado um namorico com o PSB.
E trata o governador Eduardo Campos como
um equilibrista, tentando manter-se no governo e ao mesmo tempo fazer oposição
a Dilma.
Serra vazou - A mesma publicação informa que o encontro secreto
entre Serra e Eduardo foi vazado pelo ex-governador paulista. “A quem
interessava tornar pública a informação? Ao pernambucano, provavelmente não,
uma vez que a aproximação com Serra, mesmo que renda eventuais dividendos
políticos, como um palanque forte em São Paulo, é de altíssimo risco”, diz a
revista.
Marina, o alvo - A reforma política, que não anda, estaria levando
o PT a se mexer com dois objetivos básicos: deixar sem tempo de TV partidos a
serem criados e abrir uma janela para a troca de partidos. Na prática, o
partido de Dilma e de Lula quer criar obstáculos para a candidatura de Marina
Silva ter um partido – a Rede – e ao mesmo tempo minguar a oposição.
Nomes especulados
Três nomes
estariam sendo avaliados pelo governador para o lugar de Ranilson Ramos:
Anchieta Patriota, ex-prefeito de Carnaíba; Adelmo Moura, ex-prefeito de
Itapetim, e o secretário-executivo da pasta, Aldo Santos.
Os dois últimos
levariam mais vantagens, porque Anchieta, atualmente na Secretaria de Cidades,
é candidato a deputado estadual.
CURTAS
OUTRO NOME – Fala-se também no nome do presidente estadual do PSD,
André de Paula, que já ocupou a função no Governo Jarbas. Mas o governador não
sabe ainda se contará com o apoio do partido se vier a disputar o Planalto e
André, como Anchieta, tem planos para disputar um mandato para Câmara dos
Deputados.
PRÉVIA – A reunião dos governadores nordestinos com Dilma, amanhã,
em Fortaleza, começa às 10 horas, mas haverá uma prévia, no café da manhã,
promovida pelo anfitrião Cid Gome s(PSB). O objetivo é afinar o discurso para
convencer Dilma a ampliar as medidas emergências em relação à seca.
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