Olinda, de mal a pior
Carlos Cavalcanti (Interino)
Em 1978, a Prefeitura de Olinda
deu início a uma árdua luta para incluir a cidade no rol de lugares
reconhecidos pela Unesco como Patrimônios Culturais da Humanidade, conquista
que, graças ao esforço de nomes como então ministro Eduardo Portela e o embaixador
olindense à época, Holanda Cavalcanti, foi alcançada em 1982.
Com o título, a cidade
inscreveu-se na lista de monumentos mundiais e hoje figura ao lado de bens da
humanidade como a Catedral de Notre-Dame (França), o Parque Nacional do
Serengeti (África) e a Cidade do Vaticano.
Mas ao que parece, a presença da
Marim dos Caetés numa lista tão importante está com os dias contados. A Unesco,
órgão das Nações Unidas responsável pela concessão do título, enviou ao
Ministério Público de Contas de Pernambuco um documento onde aponta o descaso
do poder público na preservação dos prédios da área tombada.
A prefeitura da cidade, procurada
pela Imprensa, se limitou a fazer o que faz com uma maestria única: se esquivou
e disse que não iria comentar o caso. Vale ressaltar que a mensagem foi
entregue por um recepcionista. O prefeito Renildo Calheiros (PCdoB), para
variar, não estava presente em seu gabinete.
Um município que ostenta títulos
como Monumento Nacional - atribuído durante o governo militar de João Figueiredo
– e Cidade Ecológica, reconhecida mundialmente pelo seu extraordinário
Carnaval, não pode ser prejudicado pela imprudência administrativa de uma
equipe falha e ausente.
Olinda, hoje, é vítima da
incompetência do Poder Executivo local. Olinda, uma cidade com atributos
exaustivamente exaltados pelos mais importantes poetas pernambucanos, hoje não
tem prefeito. E num futuro próximo, não terá mais o título de Patrimônio
Cultural da Humanidade.
O novo Recife Antigo - As críticas da sociedade ao abandono do
poder público para com o bairro do Recife Antigo finalmente começaram a surtir
efeito. O prefeito Geraldo Julio (PSB), por meio da Secretaria de Turismo,
lançou a campanha “Recife Antigo de Coração”, uma tentativa requalificar um
espaço que foi jogado às traças pela gestão de João da Costa (PT).
Poderia ter ficado sem essa
O presidente da Mesa Diretora da
Assembleia Legislativa de Pernambuco, Guilherme Uchôa (PDT), desceu do pedestal
e foi à tribuna para defender o posicionamento do Governo do Estado de cortar o
ponto dos professores que aderirem à greve nacional da categoria.
Pois bem, o
pedetista, que teve a chance de ficar de fora, moderando o debate, acabou
vaiado pela plateia e, de quebra, incitou a bancada petista a ficar contra o
governador Eduardo Campos (PSB).
Farra com o dinheiro público - Por falar em Assembleia Legislativa,
os deputados pernambucanos aprovaram, por unanimidade, o reajuste de 37,3% na
verba indenizatória a qual têm direito. Com a decisão, os parlamentares passam
a ter à disposição exatos R$ 15.450 mil para gastar com despesas de gabinete.
Enquanto isso, a valorização garantida aos professores estaduais foi de apenas
7,97%. É a política acima da educação.
Morde e assopra
O programa nacional do PSB, partido presidido
pelo governador Eduardo Campos, levou ao conhecimento do país o que os
pernambucanos há meses conhecem.
O cacique socialista enalteceu a democracia
brasileira e os nomes que a ajudaram a se edificar, para, em seguida, apontar
as falhas do governo Dilma Rousseff, do qual é integrante. Como de costume,
Eduardo finaliza o discurso com o já clichê “Esta não é a hora de montar
palanques”. Há quem diga que, para bom entendedor, meia palavra basta.
CURTAS
Chá de cadeira - A ex-ministra Marina Silva tentou se encontrar com
o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para discutir o projeto que
acaba com a portabilidade do tempo de TV e do fundo partidários aos
parlamentares que trocarem de sigla durante a legislatura. Renan não só não
atendeu a ex-petista como evitou prolongar a conversa quando Marina, de supetão,
o abordou durante sessão na Casa.
Diz-me com quem andas – O ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab
(PSD), aproveitou seus compromissos políticos no Ceará para não apenas afagar o
ego do governador Cid Gomes (PSB). O pessedista abriu mão da timidez e cortejou
o até então socialista e deixou no ar o convite para que o gestor cearense
troque de legenda para assim continuar a censurar o presidente do seu atual
partido, o governador Eduardo Campos.



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