O Santa Cruz foi guerreiro. Tinha a vantagem, mas não jogou
com ela. Foi recompensado no final. O Tricolor conquistou o tricampeonato com
uma justa vitória por 2 a 0 sobre o Sport, em plena Ilha do Retiro. Flávio
Caça-Rato abriu o placar, quase foi vilão. Foi expulso no final do primeiro
tempo, dando ares de drama à partida. Mas a equipe coral resistiu bravamente à
pressão do adversário, mesmo com um jogador a menos. E no final ainda ampliou o
placar, com Sandro Manoel.
O Sport jogava em casa e precisava do resultado, por isso,
naturalmente, foi todo para o ataque desde o início do jogo. O Sport, porém, se
expôs demais. O Santa Cruz apostava nos contra-ataques e se posicionou
corretamente para isso. Caça-Rato e Dênis Marques ficavam no mano a mano com os
zagueiros do Leão, procurando jogar nas costas dos volantes. Se por uma lado os
rubro-negros chegaram com perigo duas vezes, com Marcos Aurélio e Lucas Lima, o
Tricolor foi letal no contragolpe. Aos 25, num belíssimo lançamento de Raul,
Caça-Rato saiu livre de frente com Magrão. Ele driblou o goleiro e tocou para o
gol.
O gol foi um choque para o Sport. Precisando reverter a
vantagem, o Leão se lançou ainda mais ao ataque. E então iniciou uma
imrpessionante pressão. Mas eis que entra em ação Tiago Cardoso. A sequência de
milagres pode ser considerada mais importante que o gol de Caça-Rato. Foram
quatro defesas incríveis. A primeira numa cabeçada de Moacir e a segunda em
novo lance de cabeça, de Gabriel. Isso, num intervalo de 30 segundos.
O terceiro e o quarto milagre, aos 30 e 32 minutos
respectivamente, foram num chute de Marcos Aurélio que Renatinho desviou e o
goleiro conseguiu se recuperar e depois numa falta cobrada por Reinaldo. A
blitz rubro-negro era fortíssima. O lance seguinte, aos 34, também foi de tirar
o fôlego. Lucas Lima serviu Felipe Menezes, que bateu cruzado. Dessa vez, nem
Tiago Cardoso chegou nela. Mas a bola foi na trave. No rebote, Tobi finalizou e
William Alves afastou.
O movimentado primeiro tempo ainda teve mais um lance
capital antes do seu fim. Aos 44, Flávio Caça-Rato foi lançado na frente. Ele
ajeitou a bola com o braço e o juiz viu. Marcou faltou e mostrou o cartão
amarelo. O segundo do atacante, que havia sido advertido por comemorar o gol
exibindo uma camisa por baixo do uniforme. No final da etapa inicial, o Santa
Cruz ficava com um jogador a menos.
O segundo tempo começou tenso para o Santa Cruz. Com um
jogador a menos, o Tricolor tinha que segurar o resultado. O Sport, por sua
vez, precisando virar o jogo, foi para o tudo ou nada. Sérgio Guedes trocou
Felipe Menezes e colocou o veloz Érico Júnior. Foi dele a primeira grande
chance da etapa, cabeceando, sozinho, para fora, aos oito minutos.
Como esperado, o Sport partiu para o tudo ou nada. O Santa
Cruz se defendia com oito jogadores e Tiago Cardoso. Dênis Marques era o único
posicionado mais à frente, isolado. Com a posse da bola, o Leão tentava furar o
bloqueio. Trocava passes em frente à área tricolor em busca de uma oportunidade
para finalizar.
A grandes chances, porém, foram do Santa Cruz, em
contra-ataques. Ao 20, descida rápida em jogada entre Renatinho e Dênis
Marques. O atacante recebeu na entrada da área e finalizou com força, para a
grande defesa de Magrão. Aos 25, Nininho desceu em velocidade e foi até a área.
Ele bateu cruzado, mas parou no goleiro. No rebote, Raul não conseguiu
aproveitar. Aos 29, de novo o lateral direito fez o camisa 1 trabalhar.
O tempo foi passando e o Sport não conseguia vencer a
determinação do Santa Cruz, que se defendia como nunca e ganhava todas as
bolas. Os rubro-negros sentiram o forte ritmo de jogo e pareciam estar
exaustos. E realmente estavam. Ficou claro na jogada que decidiu a partida.
Sandro Manoel partiu para o drible, passando fácil por Moacir e Reinaldo que
até queriam tirar a bola dele, mas não tinham forças. Livre da marcação, ele
bateu e finalizou a disputa. Tri. Tricampeão.
Ficha do jogo
Sport
Sport: Magrão; Cicinho (Moacir), Gabriel, Mauricio (Mateus
Lima) e Reinaldo; Tobi, Rithely, Lucas Lima e Felipe Menezes (Érico Júnior);
Marcos Aurélio e Felipe Azevedo. Técnico: Sérgio Guedes
Santa Cruz
Tiago Cardoso; Everton Sena (Nininho), William Alves, Renan
Fonseca. e Tiago Costa; Anderson Pedra, Luciano Sorriso, Raul e Renatinho
(Tozo); Flávio Caça-Rato e Dênis Marques (Sandro Manoel). Técnico: Marcelo
Martelotte
Estádio: Ilha do Retiro. Árbitro: Gilberto Castro Júnior.
Assistentes: Clóvis Amaral e Ricardo Chianca. Gols: Flávio Caça-Rato e Sandro
Manoel. Cartões amarelos: Tiago Costa, Raul, Everton Sena, Luciano Sorriso
(SC), Maurício, Mateus Lima, Tobi (S). Cartão vermelho: Flávio Caça-Rato.
Público: 26.806. Renda: R$ 552.420,00.
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