PLEBISCITO É UMA LOROTA! - Encurralada, perdida mais do que cego em
tiroteio, a presidente Dilma inventou o tal do plebiscito para tirar do papel a
reforma política travada no Congresso. Com isso, na prática quer lavar as mãos
e jogar a culpa nos senadores e deputados.
O caminho dessa reforma não é torrando dinheiro em consulta popular.
Constroem-se com liderança,
negociações e decisão política. Falta a Dilma liderança, capacidade de ir para
linha de frente, selar um pacto com os partidos políticos em torno da temática.
Proposta por proposta sobre reforma política existem de tulha no Congresso,
para todos os gostos. Resta discutir o que é possível ser
consensual.
E consenso pode se construir
desde financiamento público de campanha até voto distrital. Para que consultar
a população num plebiscito se chegaremos
ao lugar comum de que a maioria quer? Este será o resultado lógico.
Mas Dilma não enxerga ou faz de
conta, porque falta a ela liderança política. Como não tem e sua base no
Congresso é mais debilitada ainda, resta o apelo ao plebiscito. Mas quanto vai
custar essa consulta para um País que tem tantas e outras emergências?
Governo e Congresso vão passar
agora muito mais tempo discutindo a inocuidade do plebiscito do que mesmo as
grandes bandeiras que levaram milhares
de manifestantes às ruas deste País, como saúde de qualidade, mais hospitais,
médicos, mobilidade urbana.
E também gastos desnecessários
com obras da Copa, educação de qualidade, políticas para evitar a volta da
inflação, colocar mensaleiros na cadeia, enfim, tem muito mais prioridades
sociais do que reforma política, que não sai nem com plebiscito sem plebiscito,
porque não interessa aos partidos
políticos com representação no Congresso.
FINANCIAMENTO – Depois de uma palestra na Bahia, na qual destacou
temas da reforma política, como o financiamento público de campanhas, o
governador Eduardo Campos teve que ouvir
a seguinte pérola de um jovem que acompanhava atentamente: “Vem cá, vocês agora
não estão querendo nem pagar suas campanhas?”. A lorota foi contada ontem ao
presidente nacional do PT, Rui Falcão, pelo diretor do Banco do Brasil, o
baiano Benito Gama.
CHAPA DA OPOSIÇÃO
Se o governador Eduardo Campos sair candidato
ao Planalto sem apoiar a candidatura de
Armando Neto a governador, o senador trabalhista pode ter como vice o
ex-prefeito João Paulo, do PT, e como postulante ao Senado o presidente
estadual do PP, Eduardo da Fonte.
REJEIÇÃO DO CONGRESSO - A proposta de promover uma Constituinte
exclusiva para a reforma política, segundo Ilimar Franco, de O Globo, foi
adotada pela presidente Dilma , no domingo passado, num encontro com os
ministros Aloizio Mercadante, da Educação, e Paulo Bernardo, do Planejamento.
Relutante, a presidente adotou a tese da Constituinte, que abandonou diante da
rejeição do Congresso.
REFERENDO POLEMIZA - Para o governador Eduardo Campos, que foi ao
encontro da presidente Dilma para discutir o cenário nacional
pós-manifestações, o plebiscito ainda é a saída mais rápida para acelerar a
reforma política. Ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, pensa diferente.
“O que o Congresso decidir vai ser derrotado. O eleitor vai dizer não. Não!
Não! Vai ser uma desmoralização”.
EM OUTUBRO
O TSE deve responder à consulta feita pelo Governo
sobre a realização do plebiscito ainda neste fim de semana. Mas o povo
brasileiro só poderá ir às urnas entre 18 1 28 de agosto, se houver de fato um
grande esforço de gestão operacional por parte da justiça eleitoral. Se o
plebiscito passar, o Congresso pode votar
a proposta no início de outubro.
CURTAS
PERDA DO MANDATO - Se o Congresso quisesse de fato dar uma resposta
às ruas bem que poderia colocar em pauta
a PEC 18, de autoria do senador Jarbas Vasconcelos, que propõe que o
parlamentar condenado pelo Supremo Tribunal Federal perda automaticamente o seu
mandato.
AGRADECIMENTO - Agradeço, de coração, a todas as mensagens
recebidas ontem pelo nascimento do meu quarto filho João Pedro, que chega para
fazer companhia a Magno Martins Filho. Meus outros dois, já rapazes, moram nos
Estados Unidos.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: O Brasil desbanca a Espanha?
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