Foto: Simepe |
Médicos de Pernambuco em
Assembleia Geral, realizada na Associação Médica de Pernambuco (AMPE),
decidiram na noite da última segunda-feira (15/07), manter o estado de greve
com paralisações dos serviços eletivos nos dias 23, 30 e 31 de julho. Além
disso, também ficou decidido que será desenvolvida uma ação civil pública pela
assistência a farmácia e outra pelo plano de cargos e carreiras. Os médicos a
partir de hoje encontram-se em estado de assembleia permanente.
O objetivo do encontro foi
discutir os rumos do Movimento Médico iniciado no último mês, com o anúncio da
presidenta da República Dilma Rousseff sobre a vinda de médicos estrangeiros no
Programa Mais Médicos para atuar no interior do País. Na ocasião, além dos
representantes das entidades médicas de Pernambuco, estiveram presentes o
presidente e vice- presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto
d’Avila e Carlos Vital, respectivamente, além do presidente da Comissão de
Saúde da OAB-PE, Eduardo Dantas.
Para o vice-presidente da
entidade, o grupo precisa desenvolver soluções. “Nós observamos o despreparo
deste governo. Falta de investimentos em saúde e educação. Este sucateamento
não é apenas uma agressão aos médicos e sim à sociedade” explicou Vital. “Os
médicos desse país merecem muito mais do que uma eleição”, enfatizou.
Já Roberto d’Avila indicou os
próximos passos da categoria. “Vamos ao congresso lutar pela medicina. Com o
apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que esta levantando as questões
constitucionais vamos tentar derrubar essa medida do Governo Federal” afirmou
d’Avila. Na sequencia o presidente da Comissão de Saúde da OAB-PE, Eduardo
Dantas, orientou que a ordem tem mantido um diálogo de apoio as entidades
médicas.
O presidente do Simepe, Mário
Jorge Lôbo, aproveitou para motivar os médicos a permanecerem unidos e juntos
ao Sindicato e as entidades construir as estratégias de luta para vencer o
movimento. “Não vamos nos calar e nem aceitar tamanho desrespeito com os
profissionais e com a população”, desabafou. Ele ainda reforçou que o estado de
greve significa um alerta e que durante os três dias de paralisação (23,30 e
31) serão suspensos os serviços ambulatoriais, atendimentos do Programa de
Saúde da Família e cirurgias eletivas. Apenas os serviços de urgência e
emergência serão mantidos.
“Insistimos em uma política de
recursos humanos, carreira de estado, condições de trabalho dignas e
valorização da profissão”, pontuou Mário Lôbo.
Entre as deliberações da noite
também estão: acompanhar e apoiar a assembleia dos médicos residentes e
defender a bolsa 10 mil reais, assim como será feito com os profissionais do
Programa, solicitar ao Conselho Regional de Medicina de Pernambuco uma
resolução para que a tutoria dos residentes seja presencial e encaminhar
imagens das situações de descaso com a saúde para o sitewww.sossaude.org.br.
A próxima AGE está marcada para o
dia 31 de julho, local a ser definido e divulgado em breve.
Coletiva
O Cremepe, Simepe e Ampe reuniram a imprensa para apresentar dados da situação de
três maternidades da Região Metropolitana do Recife (RMR) e expor as medidas
que as entidades vão tomar em relação ao programa Mais Médicos. Após a
apresentação de imagens dos leitos superlotados, estruturas precárias, com
tetos quebrados, falta de equipamentos, de estrutura física e escala
incompletas. A categoria esclareceu para os comunicadores que não são contra a
vinda dos profissionais estrangeiros, contanto que façam a prova de revalidação
do diploma médico. Além disso, para que qualquer médico trabalhe no interior,
os gestores devem investir na infraestrutura das unidades e no plano de
carreira.
A presidente do Cremepe, Helena
Carneiro Leão, avaliou as fiscalizações nas maternidades do Hospital Barão de
Lucena, IMIP e Agamenon Magalhães. “As fiscalizações mostram a incompetência da
gestão em relação ao atendimento e assistência pública no nosso Estado e no
nosso país. Essa questão materno infantil vem piorando sistematicamente através
dos relatórios da fiscalização e nada é modificado.” Finalizou.
Diretrizes para o movimento
médico
Julho
Dia 23: Greve e manifestações
Dia 30: Greve
Dia 31: Greve e assembleias
estaduais
Agosto
Dia 8: Audiência pública no
Congresso e realização do Encontro Nacional das Entidades Médicas (Enem)
Dia 9: Realização do Encontro
Nacional das Entidades Médicas (Enem)
Dia 10: Encontro Nacional das
Entidades Médicas (Enem)
Da Assessoria de Comunicaão do
Cremepe com informações do Simepe
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