sexta-feira, 26 de julho de 2013

Nova palma resiste a praga

Foto: Igo Bione / JC Imagem
Palmas forrageiras resistentes à praga cochonilha carmim começam a ser clonadas e distribuídas para os agricultores em municípios do Semiárido paraibano, pelo Instituto Nacional do Semiárido (Insa). Após passarem por um melhoramento para chegar às variedades resistentes, no Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) e Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), mudas das espécies são, atualmente, vendidas em Pernambuco, mas a expectativa do Insa é disseminar a planta nas regiões onde as lavouras foram dizimadas pelo inseto.

Detalhes sobre os tipos de palma protegidas da praga – Palma baiana (Napolea cochenilifera), Palma orelha de elefante mexicana (Opuntia tuna) e Palma miúda (Napolea cochenilifera) – estão expostos no estande do Insa e do Cetene, na 65ª SBPC.

“As variedades foram melhoradas pelo IPA e, desde setembro, implantamos na Paraíba. Ao todo, 26 municípios serão contemplados. Em Bonito de Santa Fé foram plantadas 80 mil raquetes (sementes da palma)”, explica Jucilene Araújo, pesquisadora do Insa. O Estado gastou R$ 3,6 milhões para aquisição das mudas.

A espécie orelha de elefante é a que se adapta com mais sucesso. “A miúda está com plantio difícil”, acrescenta. Gabinetes da palma foram criados nas regiões afetadas pela cochonilha do carmim e Pernambuco, por ter sido o primeiro afetado, foi pioneiro na iniciativa.

A bióloga Laureen Houllou, autora do protocolo do Cetene para clonagem das palmas resistentes, explica que agricultores pernambucanos procuram a biofábrica do Centro para encomendar mudas de espécies saudáveis. “É um serviço que a gente faz para multiplicação do material”, disse.

Por enquanto, a espécie melhorada ainda tem custo elevado. A bióloga, porém, não soube informar o valor do exemplar. “Nós produzimos o material, mas a distribuição é feita pelo Insa”, explica.

Para chegar à espécie resistente, o IPA empregou mais de cinco anos de estudos. Vários modelos de palma foram colocados em campo experimental aberto a fim de analisar quais sobreviveriam à presença da praga. “Isso foi um trabalho bem longo do instituto. Eles identificaram e, a partir daí, apareceu a demanda para a palma ser clonada”, esclarece.


Questionada sobre a não utilização da planta na seca que dizimou rebanhos ano passado, a pesquisadora explica que a espécie tem crescimento demorado e seriam necessários pelo menos dois anos para a palma ter condição de ser cortada. “Mas acredito que seria importante disseminar os matrizeiros entre os agricultores para poder ter mais independência dos laboratórios de produção”, opina.

Jornal do Commercio

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