Foto: Igo Bione / JC Imagem |
Palmas forrageiras resistentes à
praga cochonilha carmim começam a ser clonadas e distribuídas para os
agricultores em municípios do Semiárido paraibano, pelo Instituto Nacional do
Semiárido (Insa). Após passarem por um melhoramento para chegar às variedades
resistentes, no Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) e
Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), mudas das espécies são, atualmente,
vendidas em Pernambuco, mas a expectativa do Insa é disseminar a planta nas
regiões onde as lavouras foram dizimadas pelo inseto.
Detalhes sobre os tipos de palma
protegidas da praga – Palma baiana (Napolea cochenilifera), Palma orelha de
elefante mexicana (Opuntia tuna) e Palma miúda (Napolea cochenilifera) – estão
expostos no estande do Insa e do Cetene, na 65ª SBPC.
“As variedades foram melhoradas
pelo IPA e, desde setembro, implantamos na Paraíba. Ao todo, 26 municípios
serão contemplados. Em Bonito de Santa Fé foram plantadas 80 mil raquetes
(sementes da palma)”, explica Jucilene Araújo, pesquisadora do Insa. O Estado
gastou R$ 3,6 milhões para aquisição das mudas.
A espécie orelha de elefante é a
que se adapta com mais sucesso. “A miúda está com plantio difícil”, acrescenta.
Gabinetes da palma foram criados nas regiões afetadas pela cochonilha do carmim
e Pernambuco, por ter sido o primeiro afetado, foi pioneiro na iniciativa.
A bióloga Laureen Houllou, autora
do protocolo do Cetene para clonagem das palmas resistentes, explica que
agricultores pernambucanos procuram a biofábrica do Centro para encomendar
mudas de espécies saudáveis. “É um serviço que a gente faz para multiplicação
do material”, disse.
Por enquanto, a espécie melhorada
ainda tem custo elevado. A bióloga, porém, não soube informar o valor do
exemplar. “Nós produzimos o material, mas a distribuição é feita pelo Insa”,
explica.
Para chegar à espécie resistente,
o IPA empregou mais de cinco anos de estudos. Vários modelos de palma foram
colocados em campo experimental aberto a fim de analisar quais sobreviveriam à
presença da praga. “Isso foi um trabalho bem longo do instituto. Eles identificaram
e, a partir daí, apareceu a demanda para a palma ser clonada”, esclarece.
Questionada sobre a não
utilização da planta na seca que dizimou rebanhos ano passado, a pesquisadora
explica que a espécie tem crescimento demorado e seriam necessários pelo menos
dois anos para a palma ter condição de ser cortada. “Mas acredito que seria
importante disseminar os matrizeiros entre os agricultores para poder ter mais
independência dos laboratórios de produção”, opina.
Jornal do Commercio
Nenhum comentário:
Postar um comentário