Imagem: Reprodução Internet |
Buenos Aires - A socialista
Michelle Bachelet foi eleita presidenta do Chile nesse domingo (15). Ela obteve
63% dos votos no segundo turno, derrotando a adversária Evelyn Matthei, que
representa a aliança de centro-direita. Matthei, que foi candidata do atual
governo, teve 38% dos votos.
Com a vitória, Bachelet é a
primeira mulher eleita e reeleita para a Presidência do Chile. Ela governou o
país de 2006 a 2010, deixando o lugar para o atual presidente, Sebastián
Piñera. Pela legislação chilena, os presidentes não têm direito a dois mandatos
consecutivos.
Piñera telefonou a Bachelet para
dizer que vai cooperar com ela durante os últimos três meses de seu mandato.
Bachelet assume em março e o maior desafio será fazer as reformas que prometeu
– entre elas, a da Constituição, herdada da ditadura militar.
Apesar de ter conseguido maioria
no Congresso, ela não tem votos suficientes para fazer todas as mudanças que
quer e terá que negociar com a oposição. A atual Constituição (que só pode ser
alterada com o apoio de dois terços dos legisladores) limita a atuação dos
políticos e a ingerência do Estado na economia, que foi privatizada durante o
regime militar de Augusto Pinochet.
Bachelet quer fazer uma reforma
tributária, para aumentar os impostos às empresas e aos mais ricos, obtendo
assim recursos para financiar as reformas sociais, entre elas a do sistema
educacional. Estudantes do ensino médio e das universidades paralisaram o Chile
com protestos em 2011 e 2012, exigindo educação gratuita e de qualidade para
todos. As manifestações foram apoiadas por oito de cada dez chilenos.
No Chile, as universidades são
todas pagas (inclusive as públicas) e quem não tem dinheiro para financiar os
estudos pode pedir empréstimo, mas termina a carreira endividado. Existem
escolas de ensino médio gratuitas, mas são de má qualidade porque o governo
prefere subsidiar instituições privadas, para que possam cobrar mensalidades
baratas e oferecer uma educação de alto nível à população de baixa renda. Os
donos dos colégios nem sempre usam o dinheiro do Estado para esse fim.
Nas eleições legislativas, que
coincidiram com o primeiro turno em novembro passado, Bachelet conquistou o
apoio de 20 dos 38 senadores e de 57 dos 120 deputados federais. Com isso, ela
pode aprovar a reforma tributária. Mas para fazer a reforma da educação,
precisa de quatro sétimos dos votos (52) do Congresso (22 senadores e 69
deputados federais).
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário