PARIU UM RATO - Esvaziado, muito discurso e poucos resultados. Foi
assim o encontro que o Governo promoveu, ontem, em Gravatá, com prefeitos que
aguardavam pelo menos o anúncio de convênios que se traduzissem em canalização
de recursos nos caixas municipais.
O que se viu, diferente do modelo
adotado pelo governador Eduardo Campos, em fevereiro passado, foi um blábláblá
sem fim. Só a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), a única
presente de quatro esperados, passou 40 minutos na tribuna.
Fez uma verdadeira prestação de
contas das ações da União no Nordeste, com ênfase para Pernambuco, onde
destacou 10 obras do PAC, investimento da ordem de R$ 46 bilhões.
Antes dela, o senador Armando
Monteiro Neto (PTB) e o deputado Pedro Eugênio, este coordenador da bancada do
Nordeste na Câmara, usaram da palavra para enaltecer o Governo.
E, ao mesmo tempo, rebater o
discurso contundente do presidente da Amupe, José Patriota, apontando o Governo
como o principal responsável pela falência geral dos municípios.
Ausência mais sentida, o
governador foi representado pelo secretário Tadeu Alencar (Casa Civil), que, ao
final da sua fala, já sabendo que a ministra havia chegado de mãos vazias,
disse esperar que os prefeitos saíssem dali tão felizes quanto o encontro
anterior com o governador, no qual foi anunciado um FPM estadual.
Foi à deixa para os reclamos
gerais de prefeitos, deputados, secretários e lideranças políticas ali
presentes. O prefeito de Petrolândia, Lourival Simões, embora filiado ao PR, da
base governista, sintetizou a frustração numa frase: “A montanha pariu um
rato”.
BOICOTE GERAL– Além de faltar e mandar apenas um secretário, o
chefe da Casa Civil, Tadeu Alencar, o governador parece ter influenciado a
bancada do PSB na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa. Entre os
parlamentares federais não se viu um só socialista no evento nem tampouco
representantes da legenda na Assembleia Legislativa.
CHORORÔ– O que não faltou, ontem, na reunião de Gravatá foi choro.
Da ministra Ideli Salvatti, bastante traumatizada com a morte do governador de
Sergipe, Marcelo Déda (PT), e dos prefeitos, por não terem visto a cor do
dinheiro de Dilma.
ESVAZIAMENTO E BOMBARDEIO – Anfitrião do encontro federal em
Gravatá, o prefeito Bruno Martiniano (PTB) só tomou conhecimento de que três
dos quatro ministros aguardados não viriam pela manhã, através da assessoria da
ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais). E no seu discurso, da mesma
forma que José Patriota, presidente da Amupe, culpou o Governo pela crise
municipal.
ENFIM, A ÁGUA- As águas do rio São Francisco começaram a abastecer,
ontem, Afogados da Ingazeira e Tabira, no Sertão, através da Adutora do Pajeú, tirando
do sofrimento 80 mil pessoas. Com isso, chega ao fim o rigoroso racionamento de
água imposto pela Compesa nos últimos 60 dias, provocado pelo colapso do
sistema mantido pela barragem de Brotas.
SUPER DELEGAÇÃO – Embora os prefeitos não tenham visto a cor do
dinheiro da União no encontro de ontem em Gravatá, Luiz Carlos, de Custódia,
chamou a atenção por ter chegado ao encontro com a maior delegação sertaneja –
quatro secretários ao todo. “Temos confiança de que possamos destravar projetos
em andamento no Governo”, alegou o petista.
CURTAS
O INSPIRADOR– O que se ouviu em Gravatá é que o tom do discurso do
presidente da Amupe, José Patriota, que deixou a ministra Ideli Salvatti tonta
e levou os governistas a fazerem uma ampla defesa em seus discursos, foi
acertado e discutido previamente com o governador Eduardo Campos.
DE VOLTA– O senador Armando Monteiro garantiu, ontem, em Gravatá,
que a presidente Dilma volta a Pernambuco ainda este ano, provavelmente no
próximo dia 17, para cumprir uma ampla agenda, entre elas a inauguração da
adutora do Pajeú, em Afogados da Ingazeira.
Perguntar não ofende: Quando os prefeitos virão de fato a cor do
dinheiro de Dilma?
'Melhor é o pobre que anda na sua integridade do que o perverso de
lábios e tolo'. (Provérbios 19-1)
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