APOSTA NO NOVO - O nome
preferencial do governador à sua sucessão era o do secretário da Casa Civil,
Tadeu Alencar, conforme este blog antecipou. Foi com Tadeu que Eduardo tomou
todas as decisões importantes do seu Governo no segundo mandato, entre as quais
a da criação de um fundo emergencial para os 186 municípios do Estado.
Era a Tadeu que o governador
delegava todas as missões políticas. A Tadeu, o governador entregou também a
interlocução política com a Assembleia, a bancada federal em Brasília e a base
municipal, formada pela maioria dos prefeitos. Surgiu, entretanto, uma pedra no
meio do caminho do chefe da Casa Civil: a incapacidade de agregar a ampla
aliança governista.
No plano pessoal, outro
impedimento, que foi decisivo: laços familiares com o governador (o filho de
Tadeu namora a filha de Eduardo). O discurso do governador se sustenta na nova
política. Com um candidato parente, cairia num profundo vazio, comprometendo a
sua credibilidade.
Vendo que não poderia transpor as
barreiras para emplacar o aliado, o governador cuidou de buscar um nome com o
seu perfil, chegando ao secretário da Fazenda, Paulo Câmara, que também é
parente, mas distante, de terceiro grau. O ex-deputado Maurício Rands foi
cogitado, mas, além do parentesco de primeiro grau, deu um tiro no próprio pé
ao renunciar à vida pública em documento público.
Em seguida, se ventilou o nome do
secretário de Cidades, Danilo Cabral, vetado pela ampla maioria dos deputados
estaduais. Havia restrições também, da parte do próprio governador, ao nome de
Câmara por este não ter experiência política e ser desconhecido, sem falar da
sua condição de cobrador de impostos e de parente distante.
Em pesquisas qualitativas,
entretanto, o governador se convenceu de que o titular da Fazenda detinha mais
virtudes do que defeitos, entre as quais de ser um quadro vocacionado para vida
pública, testado como executivo. Na Secretaria de Administração, por onde
ingressou no Governo, Câmara surpreendeu.
Durante sua gestão administrou
com sucesso todos os conflitos com servidores, evitando greves e paralisações.
De lá, foi cumprir uma missão delicada no Governo: a pasta de Turismo, onde
havia estourado um escândalo com shows superfaturados.
Na segunda gestão de Eduardo,
Câmara foi posto, estrategicamente, na Fazenda para tomar conta do caixa. Teve
um excelente desempenho.
É novo, jeitoso, embora tímido,
mas como Geraldo Júlio certamente aprenderá rápido a difícil arte da política
de engolir sapos.
POÇO DE MÁGOA – O maior problema para o governador administrar
daqui para frente com a escolha de Paulo Câmara é a insatisfação do
vice-governador João Lyra Neto, que alimentou grande expectativa de ser o
ungido porque assume em abril e, consequentemente, ganharia a condição de
candidato natural já disputando a reeleição. Quem conhece Lyra de perto diz que
é dono de um temperamento explosivo.
NO SERENO – O presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, cometeu
uma descortesia com o presidente do PMDB, Dorany Sampaio. Acionado pelo
secretário de Finanças da Prefeitura, Roberto Pandolfi, jarbista histórico,
Sampaio aguardou duas horas para uma conversa com o socialista, que acabou não
dando o sinal da sua graça.
RESISTÊNCIA DIALÉTICA – Na longa e difícil conversa que teve,
ontem, com o vice-governador João Lyra Neto, Eduardo foi rápido no gatilho.
Disse que as pesquisas qualitativas que encomendou mostram um perfil diferente
do de Lyra para o Governo. Sugeriu também que se o PSB encampasse a sua candidatura
correria o risco de não fazer o sucessor.
UNIDADE SOCIALISTA - Tão logo este blog antecipou, ontem, a chapa
da Frente Popular com Paulo Câmara na cabeça, o prefeito de São Lourenço da
Mata, Ettore Labanca, cuidou de espalhar a versão de que o nome do secretário
da Fazenda havia unido o conjunto da Frente Popular. Até o secretário Danilo
Cabral, um dos nomes cotados, saiu em solidariedade a Câmara.
DEFESA ARDOROSA - O deputado Sebastião Oliveira saiu, ontem, em
defesa do prefeito de Tracunhaém, Belarmino Vásquez, que teria frustrado o
deputado Alberto Feitosa, não apoiando à sua reeleição. “Belarmino é uma pessoa
íntegra, que não faz leilão para apoios. Foi correto comigo no meu momento mais
difícil, a derrota para prefeito em Serra. E não é verdade que seu governo
esteja mal avaliado. Ele tem mais de 60% de aprovação”, afirmou.
CURTAS
ANÚNCIO – O anúncio da chapa da Frente Popular, que seria hoje, às
10 horas, no Monte Hotel, em Boa Viagem, foi transferido para a próxima
segunda-feira no mesmo horário. A versão oficial foi atribuida à agenda do
governador, mas Lyra ameaçou não ir ao ato.
ENCONTRO –O presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da
Força, estará hoje no Recife para prestigiar o encontro regional do partido. Ao
lado do presidente estadual, deputado Augusto Coutinho, Paulinho dá entrevista
às 14 horas no hotel Transamérica Prestige, em Boa Viagem.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: Como vai se comportar João Lyra Neto no
comando do Estado depois de ser rifado da chapa?
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