Discurso vazio - O senador Humberto Costa (PT) foi muito feliz na
defesa que fez do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) com relação às
críticas feitas pelo governador Eduardo Campos (PSB) sobre a incontestável
distribuição de cargos em vigor desde o primeiro mandato do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT). Incontestável porque trata-se de um fato, mas uma
crítica falha por ter sido feita por um gestor responsável pela criação do
maior número de cargos comissionados do governo estadual – três mil e
quinhentos, segundo os cálculos de Humberto.
Conduzido à liderança do Partido
dos Trabalhadores no Senado Federal no início do ano, Humberto, que nunca foi
lá um dos parlamentares de maior expressão do estado, encontrou na defesa do
governo uma possível vocação, uma vez que, ao contrário do conterrâneo
socialista, seus argumentos estão surgindo com embasamentos táteis e, quando
decide apontar erros, o faz certo de que seus pares não cometeram falhas
semelhantes.
Aliás, as falhas nos recentes
discursos do governador Eduardo Campos não são poucas. O socialista apontou o
dedo para o número de ministros mantidos pela gestão petista, mas passou sete
anos à frente do governo estadual ostentando vinte e nove secretarias. Além de
um primeiro escalão robusto, não é segredo que ex-prefeitos e aliados políticos
sem mandatos sempre encontram nos corredores do Palácio do Campo das Princesas
uma sala desocupada para dar meio expediente e ganhar bons tostões.
Há menos de um mês, o gestor
decidiu que só agora, no final do seu segundo mandato, o dinheiro do povo
pernambucano estava sendo mal empregado quando utilizado pelo seu cerimonial
para manter os luxos do camarote do Governo do Estado no Carnaval do Recife.
Incrível como essa percepção só surgiu agora, quando da sua intenção de se
lançar candidato ao Palácio do Planalto.
E como esquecer anos de críticas
ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), gestão que,
segundo Eduardo Campos, nunca foi saudável para o país? Mas como bem apontou o
prefeito de Petrolina, Julio Lossio (PMDB), onde está a coerência quando o
governador critica a atuação do PSDB a nível nacional e traz o mesmo partido
para sua base aliada, com o intuito de eleger seu sucessor? O PSDB não serve
para o Brasil, mas serve para Pernambuco?
As incoerências não são poucas e,
vale salientar, o show está apenas começando.
ACERTANDO OS PONTEIROS – Na longa conversa que teve com a
presidente Dilma Rousseff (PT) na última terça-feira (18), o senador Armando
Monteiro Neto, pré-candidato do PTB ao Governo de Pernambuco, recebeu, mais uma
vez, a confirmação de que o Partido dos Trabalhadores vai ser um grande aliado
dos seus projetos, tendo inclusive definido a indicação do deputado federal
João Paulo (PT) para concorrer ao Senado. O anúncio formal da aliança deve
acontecer no início da próxima semana.
LEALDADE – A ex-prefeita de Pombos, Jane Povão (PR), embora seja
historicamente ligada ao deputado federal Inocêncio Oliveira (PR), não apoia o
recuo dele para uma disputa à reeleição, porque, segundo ela, já firmou
compromisso com o deputado estadual Sebastião Oliveira (PR). “Não sou política
de voltar atrás com a palavra, vou com Sebastião”, disse.
AGENDA 40 – O governador Eduardo Campos visita três municípios do
Sertão do Estado para continuar a apresentar os três candidatos da chapa
majoritária da Frente Popular de Pernambuco – Paulo Câmara (PSB), Raul Henry
(PMDB) e Fernando Bezerra Coelho. Eduardo aproveita o ensejo para inaugurar
obras.
CURTAS
BOA INVERNADA – Os sertanejos se animaram com a possibilidade de um
bom inverno este ano, porque ontem, Dia de São José, choveu intensamente em
praticamente todas as regiões do estado. Caruaru, por exemplo, amanheceu
alagada. A cidade de Belo Jardim, que enfrenta racionamento de água, também
registrou bons índices de chuva.
EQUIPE DE LYRA – O vice-governador João Lyra Neto (PSB) deve
concluir e a anunciar na próxima semana a formatação do seu secretariado. Ele
precisa substituir pelo menos nove secretários, que deixam o governo Eduardo
Campos para disputar as eleições. Lyra deve também fazer mudanças no segundo
escalão.
PERGUNTAR NÃO OFENDE: Até quando dura a disposição do Partido
Progressista de manter a pré-candidatura de Michele Collins ao Governo do
Estado?
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