quinta-feira, 20 de março de 2014

Do blog do Magno Martins: Coluna da quinta-feira

Discurso vazio - O senador Humberto Costa (PT) foi muito feliz na defesa que fez do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) com relação às críticas feitas pelo governador Eduardo Campos (PSB) sobre a incontestável distribuição de cargos em vigor desde o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Incontestável porque trata-se de um fato, mas uma crítica falha por ter sido feita por um gestor responsável pela criação do maior número de cargos comissionados do governo estadual – três mil e quinhentos, segundo os cálculos de Humberto.

Conduzido à liderança do Partido dos Trabalhadores no Senado Federal no início do ano, Humberto, que nunca foi lá um dos parlamentares de maior expressão do estado, encontrou na defesa do governo uma possível vocação, uma vez que, ao contrário do conterrâneo socialista, seus argumentos estão surgindo com embasamentos táteis e, quando decide apontar erros, o faz certo de que seus pares não cometeram falhas semelhantes.

Aliás, as falhas nos recentes discursos do governador Eduardo Campos não são poucas. O socialista apontou o dedo para o número de ministros mantidos pela gestão petista, mas passou sete anos à frente do governo estadual ostentando vinte e nove secretarias. Além de um primeiro escalão robusto, não é segredo que ex-prefeitos e aliados políticos sem mandatos sempre encontram nos corredores do Palácio do Campo das Princesas uma sala desocupada para dar meio expediente e ganhar bons tostões.

Há menos de um mês, o gestor decidiu que só agora, no final do seu segundo mandato, o dinheiro do povo pernambucano estava sendo mal empregado quando utilizado pelo seu cerimonial para manter os luxos do camarote do Governo do Estado no Carnaval do Recife. Incrível como essa percepção só surgiu agora, quando da sua intenção de se lançar candidato ao Palácio do Planalto.

E como esquecer anos de críticas ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), gestão que, segundo Eduardo Campos, nunca foi saudável para o país? Mas como bem apontou o prefeito de Petrolina, Julio Lossio (PMDB), onde está a coerência quando o governador critica a atuação do PSDB a nível nacional e traz o mesmo partido para sua base aliada, com o intuito de eleger seu sucessor? O PSDB não serve para o Brasil, mas serve para Pernambuco?

As incoerências não são poucas e, vale salientar, o show está apenas começando.

ACERTANDO OS PONTEIROS – Na longa conversa que teve com a presidente Dilma Rousseff (PT) na última terça-feira (18), o senador Armando Monteiro Neto, pré-candidato do PTB ao Governo de Pernambuco, recebeu, mais uma vez, a confirmação de que o Partido dos Trabalhadores vai ser um grande aliado dos seus projetos, tendo inclusive definido a indicação do deputado federal João Paulo (PT) para concorrer ao Senado. O anúncio formal da aliança deve acontecer no início da próxima semana.

LEALDADE – A ex-prefeita de Pombos, Jane Povão (PR), embora seja historicamente ligada ao deputado federal Inocêncio Oliveira (PR), não apoia o recuo dele para uma disputa à reeleição, porque, segundo ela, já firmou compromisso com o deputado estadual Sebastião Oliveira (PR). “Não sou política de voltar atrás com a palavra, vou com Sebastião”, disse.

AGENDA 40 – O governador Eduardo Campos visita três municípios do Sertão do Estado para continuar a apresentar os três candidatos da chapa majoritária da Frente Popular de Pernambuco – Paulo Câmara (PSB), Raul Henry (PMDB) e Fernando Bezerra Coelho. Eduardo aproveita o ensejo para inaugurar obras.

CURTAS

BOA INVERNADA – Os sertanejos se animaram com a possibilidade de um bom inverno este ano, porque ontem, Dia de São José, choveu intensamente em praticamente todas as regiões do estado. Caruaru, por exemplo, amanheceu alagada. A cidade de Belo Jardim, que enfrenta racionamento de água, também registrou bons índices de chuva.


EQUIPE DE LYRA – O vice-governador João Lyra Neto (PSB) deve concluir e a anunciar na próxima semana a formatação do seu secretariado. Ele precisa substituir pelo menos nove secretários, que deixam o governo Eduardo Campos para disputar as eleições. Lyra deve também fazer mudanças no segundo escalão.


PERGUNTAR NÃO OFENDE: Até quando dura a disposição do Partido Progressista de manter a pré-candidatura de Michele Collins ao Governo do Estado?

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