sábado, 19 de abril de 2014

Deputados contra proibição de doações

Apesar de a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovar, na última quarta-feira, em turno suplementar, o projeto de lei que acaba com a possibilidade de empresas realizarem doações de campanha a partidos ou candidatos, a proposta precisa passar pela Câmara dos Deputados. 

E, diante disso, dificilmente o PL irá vigorar, principalmente nas eleições deste ano. Apesar de ser uma proposta que pode agradar aos eleitores, o deputado federal Pedro Eugênio (PT) se mostrou contrário ao projeto, afirmando que, nestas condições, poderia estimular o caixa dois nas campanhas eleitorais.

O parlamentar não acredita que haja vontade política na Câmara para votar tal projeto e avaliou que, às vésperas da eleição, uma matéria desta natureza poderia estimular atos ilícitos. “A esta altura, tendo negado a vontade do povo de realizar um plebiscito e, agora, vem com essa... Vai estimular o caixa dois”, ponderou Eugênio, negando que a não aprovação segue na contramão do que reclamou as ruas, vide as manifestações serem pontuais.

Apoiado no princípio de anualidade, o petista avaliou que não há mais tempo do ponto de vista regimental ou político de que a proposta, sendo aprovada, vigore nas eleições de outubro. “Não é uma questão de ser contra ou a favor do projeto, existe um prazo. Politicamente, também está muito em cima da hora”, ponderou.

O deputado federal Mendonça Filho (DEM) antecipou que vai trabalhar para derrubar a proposta e acredita que ela não chegará nem à Câmara Federal, visto que cabe recurso e o mecanismo deverá ser utilizado. O democrata disse que a medida não poderia ser adotada neste pleito. “Não seria possível do ponto de vista constitucional”, defendeu ele. “Os únicos partidos que defendem o financiamento público são o PT e o PCdoB”, atacou.

No início do mês, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciou o julgamento sobre a doação de empresas a partidos políticos e a candidatos e a maioria votou pela proibição. A decisão final ainda não foi tomada porque o ministro Gilmar Mendes pediu vistas. Parlamentares defendem que a Câmara só coloque o assunto na pauta, depois que TSE se posicionar.


Folha de Pernambuco

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